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Disputa proporcional: Corrida suada na Câmara da Capital tem concorrência de 24 por vaga

Audiência será realizada na Câmara de Palmas, na segunda-feira, 18 - Foto - Ascom

Câmara de Palmas - Foto - Ascom

Câmara de Vereadores de Palmas – Foto – Mariana Ferreira

Equipe Gazeta do Cerrado

Com 455 nomes na disputa pelas 19 cadeiras da Câmara de Palmas está ainda mais acirrada na reta final. Os partidos fazem contas na busca do coeficiente e na perspectiva de eleger representantes.

Na capital, a concorrência é de 24 candidatos por vaga. Em Araguaína cerca de 21 candidatos concorrem a uma vaga e em Gurupi 17 por uma.

São mais de mil candidatos a vereador nos três maiores colégios.

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Em 2016 Palmas teve 374 candidaturas proporcionais.

Coeficiente

O quociente eleitoral define quantos votos cada partido precisa alcançar para conseguir uma cadeira no Legislativo (exceto no Senado, que faz parte da eleição majoritária). Para chegar a esse número, a Justiça Eleitoral calcula o total de votos válidos (excluindo votos brancos e nulos) e verifica o número de vagas em disputa. Se forem 100 mil votos e dez cadeiras, por exemplo, o quociente eleitoral é 10 mil.

Entenda o cálculo.

Á nível nacional

A eleição mais concorrida para vereador neste ano será em Nova Iguaçu (RJ), que tem uma relação de 40,7 candidatos por vaga. Já as menos disputadas serão em Curral Novo do Piauí (PI) e em Viçosa (RN), com apenas 1,1 candidato para cada vaga.

‘Falsa democratização’

O grande número e a variedade de candidatos não significa maior democratização das eleições, afirma o professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Vitor Peixoto. Isso porque os recursos de campanha e os votos continuam muito concentrados, explica o cientista político.

“A enorme desigualdade econômica da sociedade brasileira é reproduzida na arena eleitoral. Muitos candidatos com poucos votos e uma elite que realmente disputa as vagas”, afirma o especialista.

“Existe uma falsa ideia de democratização na disputa para vereador por ser muito inclusiva e ter muitos participantes de diversas clivagens sociais (classe, gênero, cor, religião, regiões, torcidas de futebol etc.), mas esconde o lado extremamente concentrado das disputas”, explica. “80% a 90% dos candidatos não conseguirão ultrapassar a barreira individual dos 10% do quociente eleitoral pra assumir uma vaga. Ou seja, serão subcompetitivos.”

De acordo com Vitor Peixoto, o grande número de candidatos é até prejudicial para o eleitor, pois aumenta o custo para obter informação sobre cada um. Além disso, como os partidos têm listas de candidatos muito grandes, o voto pode ir para um candidato que não é do interesse do eleitor.

“O número é muito excessivo. A longo prazo, acho que isso (a redução) vai ocorrer, com a diminuição dos partidos, a partir do fim da coligação eleitoral. A tendência é afunilar, para a gente ter capacidade cognitiva para tomar a decisão diante de tantos candidatos. A gente não sabe quais são todos os candidatos que estão na lista dos partidos.”

Qual a fórmula do Coeficiente Eleitoral?

Quociente eleitoral (QE) = número de votos válidos / número de vagas

Vamos supor que um Partido A obteve 1.900 votos, o partido B 2.300 e o partido C apenas 500. Além desses votos, há os votos em branco (250), votos nulos (500) e quantidade de vagas (9).

Número total de votos: 5.459

Número total de vagas: 9

5.459 / 9 = Coeficiente Eleitoral

Que nesse exemplo, é de 606. Isso significa que o partido A e B terão direito à preencher as vagas disponíveis.

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