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“Diz que é cria de…”: brincadeira viraliza nas redes; pesquisadora avalia impacto

Reprodução Facebook

Repórter Lucas Eurilio

Há tempos a internet se transformou em um dos maiores meios de comunicação do mundo. Hoje, quase tudo que é postado nas redes viraliza e os internautas vão à loucura. Um desses virais, é a brincadeira  “Diz Que É Cria De” que tem como intuito satirizar pessoas que moram em um determinado local, mas nunca fizeram algo tradicional da região como por exemplo, diz que é do Tocantins, mas nunca comeu chambarí no café da manhã.

Em minutos a brincadeira que tem sua origem desconhecida, ganhou as redes e tudo que se via eram internautas postando o viral. Os tocantinenses é claro, não ficaram de fora e entraram na onda. Um internauta de Palmas postou, diz que é de Dianópolis, mas nunca comprou Avon de Saabah.

O estudante de jornalismo Reni Carva fez um post e disse que a brincadeira é muito importante para reviver fatos e personagens do passado. Ele ressaltou a importância de se brincar e levar uma vida mais descontraída.

“Brincadeiras como esta, servem para conhecermos mais sobre as cidades e a vida das pessoas com quem mantemos relação virtual. Descontrai e libera o estresse da vida dura que todos temos levado. Super apoio brincadeiras sadias como esta”.

Reprodução Facebook

Outra moradora de Palmas utilizou o viral e fez um post no qual brincava e dizia “Diz que é de Palmas, mas nunca passou a noite inteira na Graciosa batendo panela e gritando: Oh o leite”.

O viral instiga e faz as pessoas pensarem sobre hábitos peculiares de determinada região ou remete a lugares, cidades que possuem algum tipo de costume ou tradição, isso faz com que memórias nostálgicas venham a lembrança.

Segundo a professora e pesquisadora de juventudes pós-moderna e cibersocialidade da Universidade Federal do Tocantins Marluce Zacariotti, é preciso compreender que as redes, em especial as mídias sociais, provocam modos de se relacionar que extrapolam o universo pragmático.

“Não diria que é um mundo paralelo , mas as pessoas agem de modo diferente do que agiriam pessoalmente. Nesse sentido, qualquer tema, brincadeira, pode ser gatilho para que esse universo gire. Há um processo de impulsão na participação porque ao fã, de parte da brincadeira, você também se sente pertencente”, explicou ao Gazeta.

Marluce ressalta ainda que o elo entre as pessoas nas redes sociais é muito mais do que emocional, mas também por identificação.

“Outros pesquisadores trazem essas referências das tribos para nos ajudar a entender as juventudes e nesse sentido não falo de idade cronológica, mas de juventudes como modo de ser. Daí que nessa tribo da rede social a idade não importa”.

A pesquisadora conclui afirmando que o gatilho, nesse caso em específico, as brincadeiras produzem uma sinergia de ideias no sentido de participação.

“Não nos enganemos porque hoje é preciso ter compreensão de que somos em grande medida gerenciados por algoritmos. Ou seja, há um direcionamento feito a partir de dados que fornecemos o tempo todo nas redes. Assim, a tendência é falarmos do mesmo assunto, vermos apenas aquilo que tem a ver com nossas próprias perspectivas ou posições”.

Reprodução Facebook

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