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Domingo, Dia dos Pais

Reprodução Google Imagens

Lucas Eurilio/Repórter Gazeta do Cerrado

Passaram-se 32 anos desde aquele dia fatídico em que a mãe havia apanhando do pai após ganhar o primeiro bebê. Lá fora, as pessoas pareciam não dar tanta importância, afinal, em briga de marido e mulher, não se mete a colher.

A dor do abandono não era apenas física, mas sim emocional. Hoje há mais de 5 milhões de pessoas no Brasil que não possuem o nome dos pais na certidão de nascimento. Como esperado, promessas de mudanças surgiram, mas começou com primeira “taca” (sic)., depois abusos, depois… depois…

Depois de bêbado, a mãe que era uma mulher saudável, ficou doente e ainda assim, teve mais outros dois filhos. Em sua solidão, a mamãezinha fez de tudo mas a filha que morreu no hospital o homem nem foi ver no enterro.

A vida passou, o pai um dia chegou em uma pacata cidade onde moravam os dois filhos, que apesar da insistência, ele ainda não registrou. Ele foi lá, tentar extorquir o pai de verdade, o que criou.

“Se você não me der dinheiro, eu vou tomar ele de você”, disse a seu José.

Esse pai vovô sempre foi esplendido, foi amável e sempre deu algo para os netos que sempre considerou como filhos.

O dia dos país é uma data engraçada. Apesar de todos os percalços a gente consegue sentir falta. Consegue sentir falta? De que? Do pai que batia e abusava da mãe? A vida nem sempre foi feita de flores, mas o mar seguia, as águas da cachoeira seguiam até que ele desapareceu de vez.

Há boatos de que ele procura o filho mais novo, porque o mais velho já se aproximou e acredita que nada disso aconteceu depois de uma longa conversa com o filhão de 33 anos. O filho mais novo não consegue compreender tamanha proximidade, e ele realmente não quer.

“Ora, não me procurou a vida inteira, sempre soube onde eu morava e meu telefone, porque nunca ligou ou disse um oi”.

O dia deles deve sim celebrado, mas o filho nunca esquece que de sua mãe foi seu pai, seu avó foi seu pai, sua avó, suas tias, todo mundo foi PAI, menos o pai.

No mais, a vida segue e no caminho você encontra como preencher de outras formas esse vazio. Um vazio que nunca existiu, igual ao pai. Que pai?

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