Reportagem Gazeta do Cerrado
A morte de um bebê recém-nascido ocorrido no dia 15 de novembro em Tocantinópolis gera dor e revolta dentre os indígenas da região. A Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ encaminhou nota de repúdio ao fato.
A Gazeta acionou todos os órgãos competentes em busca de uma resposta sobre o fato.
A Associação explicou que na quarta-feira dia 13, MANUELA APINAJÉ que mora na aldeia Aldeinha, grávida de 9 meses, sentiu dores de parto, então às 4h da madrugada foi solicitado a viatura do Polo Base Indígena-PBI de Tocantinópolis e às 6h a gestante deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento-UPA em Tocantinópolis.
“Após o Médico avaliar a situação da MANUELA deu alta e mandou levar a gestante de volta para aldeia. Entretanto, a mulher foi levada e deixada na Casa de Apoio em Tocantinópolis, e poucas horas depois, às 10:30 a gestante estava sentido dores, e sangrando muito; possivelmente já em trabalho de parto, e naquele momento a ADRIANA APINAJÉ, que estava acompanhando a gestante gritou por socorro e chamou a Senhora FÁTIMA que é a dona da “Casa de Apoio”, que imediatamente ligou para as Técnicas de Enfermagem do PBI que vieram com uma Ambulância, mas a criança já estava nascendo lá mesmo na “Casa de Apoio”.
Segundo a Associação explica ainda, após ser embarcada na Ambulância, a mãe e a criança recém-nascida foram levadas em condições inadequadas dentro da Ambulância, que naquele momento andava em alta velocidade rumo à Unidade de Pronto Atendimento-UPA de Tocantinópolis. “E conforme mostra num vídeo gravado no interior da Ambulância, durante o trajeto entre a “Casa de Apoio” e a UPA, as Enfermeiras tentaram reanimar o recém-nascido, que ainda respirava. Possivelmente a trepidação e pancadas da Ambulância durante o trajeto tenha contribuído para agravamento da situação da criança nascida minutos antes, que ainda respirava, mas não resistiu e faleceu durante o trajeto”, diz a Associação.
O caso gera revolta e será investigado. “Diante dessa ocorrência em razão de falha grave, negligência e descaso com a situação da gestante MANUELA APINAJÉ e seu bebê, manifestamos nosso veemente repúdio diante desses acontecimentos que resultaram em mais uma perda de vida, claramente por falta de profissionalismo e irresponsabilidade das Técnicas de Enfermagem que acompanharam e do Médico que atendeu e avaliou a gestante e a teria mandado de volta para aldeia; mesmo ciente da situação da paciente. Pedimos providências das autoridades, (Coordenador) do Distrito Sanitário Especial Indígena -DSEI-TO, do Presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena- CONDISI-TO, do MPF-TO e demais autoridades, para que esses profissionais possam responder por esse óbito, que poderia ter sido evitado”, cobra a Associação em nota.
A entidade questiona ainda: “Porque levaram a gestante para ser avaliada, e após ser atendida pelo Médico, a mesma teria sido devolvida para ser levada de volta para aldeia, sendo que deveria ter ficado em observação na UPA, aguardando entrar em trabalho de parto?!”, pergunta.
A Associação quer uma investigação para esclarecer as circunstâncias e apurar responsabilidades das Enfermeiras, do Médico e da RT (Chefe) do PBI de Tocantinópolis.
10:30
Tocantinópolis, neste caso, o da morte desse recém-nascido, que poderia ter sido evitada.
A Gazeta cobrou explicações e aguarda manifestação dos órgãos responsáveis.