Cuidados com plantas ornamentais — Foto: Rafael Miotto/G1
Confinadas durante a pandemia, muitas pessoas se voltaram para a jardinagem. O interesse fez o setor de plantas e flores ter um crescimento de 10% no faturamento em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura.
Você foi um dos que começou (ou ampliou) a tal da “urban jungle” em casa? Então, veja abaixo os principais cuidados para mantê-la, segundo especialistas.
Veja erros comuns de quem cuida de plantas. — Foto: Arte / G1
Quer saber mais? Vamos detalhar cada um dos deslizes mais comuns.
Matar a planta de sede ou afogá-la
Plantas – inclusive as suculentas – podem morrer de sede, mas elas também podem se afogar.
Isso acontece porque, com muita água, as raízes ficam impedidas de receber oxigênio suficiente, explica o engenheiro agrônomo Gaspar Yamasaki.
E água demais também pode apodrecer as raízes, atrapalhando a captação de nutrientes, destaca o engenheiro florestal, Murilo Soares.
Não tem receita única: para saber a quantidade ideal para sua planta, pesquise sobre as necessidades da espécie dela.
Você realmente sabe o que é sombra?
As plantas também precisam de luz, ainda que indireta, para fazer a fotossíntese. Lembra da aula de biologia? É aquele processo importante para que elas consigam armazenar moléculas de açúcar e, assim, continuem crescendo.
Cada espécie precisa de uma quantidade específica de luz, mas, de modo geral, é possível seguir a seguinte regra:
- Folhas escuras: têm maior capacidade de absorver a luz e, por isso, suportam mais sombra.
- Folhas claras: refletem mais a luz, o que as faz precisar de mais iluminação.
Agora, o que é sombra para você pode ser breu para a planta. Daí a dica de “testar” o local onde pretende colocá-la, verificando se você consegue ler alguma coisa ali sem precisar acender a luz.
Cuidados com plantas ornamentais — Foto: Rafael Miotto/G1
Viver de luz e de água não dá
Mesmo em vasos, as plantas precisam de nutrientes que são fornecidos por meio de adubos para crescer e se manter, conta Yamasaki. Existem dois tipos:
- Adubo orgânico: libera os nutrientes aos poucos. Portanto, deve ser aplicado em intervalos maiores, chegando até em uma vez ao ano apenas.
- Adubo químico: fornece imediatamente os nutrientes à planta. Por isso, são recomendadas aplicações a cada 15 dias ou um mês.
O engenheiro agrônomo recomenda um esperar três meses, em média, para a primeira aplicação após a compra, porque, depois desse período, os nutrientes da terra já deverão ter sido absorvidos.
É fundamental usar a quantidade indicada na embalagem, pois adubo demais faz a planta secar. Isso porque, no caso do adubo químico, são liberados sais que podem salinizar a terra e fazer com que a planta perca a água para o meio, explica Yamasaki.
É possível fazer o adubo em casa, mas eles só contam como um complemento porque cada item entrega apenas um elemento nutricional. Por exemplo, a casca do ovo tem o cálcio e casca da banana, o potássio.
Misturar demais ‘dá ruim’
Caso duas espécies de plantas muito diferentes, com necessidades opostas, sejam colocadas no mesmo vaso, uma pode competir com a outra, o que acarretaria no desenvolvimento de uma em detrimento da outra, conta o engenheiro agrônomo Gaspar Yamasaki.
Por isso, é fundamental pesquisar as especificidades de cada planta antes de fazer este tipo de junção.
Falta de ‘faxina’ nas folhas
Assim como móveis e objetos, as folhas das plantas acumulam pó e isso pode prejudicá-las, porque ele funciona como uma barreira ao sol, atrapalhando a fotossíntese.
Então, sim, tem que faxinar a planta. Mas basta passar um pano levemente umedecido em cada folha, delicadamente, ou jogar água, simulando uma chuva. Com isso, elas ficarão mais brilhosas e saudáveis, conta Yamasaki.
Além de tirar o pó, algumas plantas precisam ter as folhas arrancadas por estarem muito velhas e secas. Mas é preciso ter cuidado para não tirar muitas e antes da hora, pois, enquanto as folhas estão ligadas às plantas, estão participando do processo de fotossíntese e são importantes, alerta o engenheiro florestal Murilo Soares.
Oi, sumida!
Quem começa a decorar com plantas pode cair no erro de preencher cantinhos indevidos com elas. O ambiente onde a planta está importa.
Não deixe o vaso escondido: é importante deixá-lo em um lugar (e altura) onde seja visto todos os dias, para não acabar esquecendo de regar e tomar outros cuidados.
Também é preciso evitar deixar perto do ar-condicionado, que é inimigo das plantas, de acordo com Soares, porque “sequestra” a umidade do ar, fazendo a planta secar.
Se não tiver como fugir dele, não a coloque diretamente sob o vento e borrife água nas folhas três vezes por semana para manter a umidade, aconselha o engenheiro florestal.
A planta que ‘anda’ pela casa
Mudanças repentinas de ambiente também não são recomendadas, como ficar trocando a planta de cômodo. Isso pode estressá-las e fazer com que a imunidade dela caia. Por consequência, ela vai parar de crescer e vai poder ser afetada por pragas e doenças mais facilmente.
A única movimentação permitida, segundo Soares, é rotacionar a planta no mesmo local, de maneira que ela cresça igualmente.
Pandemia fez mais gente aderir às plantas em casa — Foto: Rafael Miotto/G1
Fonte: G1