Em mais uma roda de conversa, o pré-candidato a governador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), deputado Paulo Mourão esteve nesta sexta-feira, dia 8, em Dianópolis, sudeste do Tocantins, ouvindo a militância e a população como parte da agenda de lançamento da plataforma “Brasil e o Tocantins que o Povo Quer”. O presidente da sigla no estado, deputado Zé Roberto reforçou que o objetivo é construir com a sociedade o programa de governo do partido. “Esse é o nosso grande papel”, reforçou.
Paulo Mourão foi enfático ao falar que o Tocantins não funcionou porque a política de interesses pessoais se sobrepôs aos interesses da população nestes 29 anos de criação do estado. “Precisamos debater com profundidade o Tocantins que o povo quer”, discursou o pré-candidato. “Como justifica um estado com 29 anos ter um descontrole das finanças públicas, ter uma qualidade deprimente dos serviços públicos prestados à sociedade”, questionou. “A gente precisa entender por que o estado não funcionou, por que os jovens continuam sem oportunidade, por que a agricultura familiar continua sem geração de renda, por que não estimularam a reforma agrária, a base da economia popular do estado, por que os serviços de saúde pública estão na calamidade, por que faltam médicos e estrutura física nos hospitais, falta segurança pública, por que o estado ainda não deu certo”, ampliou a lista de questionamentos.
Na opinião do pré-candidato ocorre que “um grupo pequeno de políticos assumiu o estado em vários momentos nesses 29 anos e a sociedade se acomodou, sem se mobilizar para corrigir os rumos do estado, então esses grupos se organizaram cada vez mais”, avaliou, destacando que não foram criadas vertentes de desenvolvimento.
Para ele, os investimentos em educação devem estar entre as prioridades, um tema que está intimamente relacionado ao setor produtivo e que passa pelo debate das universidades. “Não teremos renda se não envolver o setor produtivo, de comercialização, armazenamento (Conab) e as universidades no processo da produção, temos que aumentar o Produto Interno Bruto(PIB), para aumentar a produtividade e o investimento, com mão de obra qualificada, assim vamos diminuir a interferência política nos setores”, destacou. “Eu não consigo promover desenvolvimento se não qualificar a educação, se não tiver bons professores”, afirmou, citando as emendas que destinou à Universidade Federal do Tocantins (UFT) para qualificação de professores.
Paulo Mourão se posicionou contra a indicação política para cargos de diretores. “Um diretor de escola indicado por deputado está correto?”, argumentou. Seguindo esse raciocínio, o pré-candidato reforçou que a educação é o esteio do desenvolvimento. “Ela que qualifica, dá cidadania e condição de todos os outros direitos humanos serem implementados”, afirmou. Ele sugeriu o fortalecimento do campus da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) como polo educacional da região e anunciou apoio ao campus da UFT de Arraias, com emendas para qualificação de professores.
Ao falar sobre a saúde pública, Paulo Mourão criticou os gastos excessivos com folha de pagamento de pessoal e defendeu mais organização dos hospitais para melhor atender a população que depende do SUS, que abrange 95% dos tocantinenses. “Temos que acabar com os supersalários na saúde, dos que não estão trabalhando e ganham pela saúde”, censurou. “Quantos médicos não foram presos, tem que dar transparência e combate à corrupção dentro do estado e imprimir um processo dinâmico de governança”, sustentou. “As mudanças precisam ser planejadas e as políticas de saúde serem implementadas, eu não posso privatizar a saúde, que é um bem necessário e um compromisso do estado com o cidadão”, reforçou.
Paulo Mourão também propôs uma reformulação no sistema tributário estadual, para que deixe de ser “a esculhambação que é neste estado”. Segundo ele, o Tocantins abre mão de R$ 2 bilhões ao conceder incentivos a grandes empresas, como a companhia de energia elétrica do estado (Energisa), a JBS e empreiteiras ligadas a políticos. “O dono do pit dog, do comércio de secos e molhados, do supermercado, o borracheiro o prestador de serviço não tem esses incentivos, pelo contrário, arrocha a fiscalização em cima deles”, ressaltou. “Temos que fazer uma revisão tributária, tem setores que precisam continuar com incentivos, mas outros não, no Tocantins os ricos e poderosos é que ganham isenção tributária”, disparou.
O pré-candidato destacou que esses R$ 2 bilhões fazem falta quando se observa que dos R$ 7,5 milhões que o Tocantins arrecada em receitas correntes líquidas paga de juros e serviços da dívida em torno de R$ 600 milhões, sendo que sobra para investimento pouco mais de R$ 100 milhões. Ele fez um panorama da razão de dependência por idade da população, desde a população infantil até a terceira idade, acima dos 65 anos, defendendo políticas socialmente justas para cada segmento da população.
Já finalizando o discurso, Paulo Mourão voltou a falar em pacificação e compromisso interno do PT em torno do projeto do partido e em “composição com partidos que compõem a visão que temos do estado”. Para Paulo Mourão, o momento de pensar o Tocantins é agora. “Não há momento mais oportuno de derrotarmos essa classe que quer destruir o sonho do povo brasileiro e tocantinense. Temos que unificar a juventude, os trabalhadores nesse projeto de reconstrução e reordenamento deste estado aos sonhos, às esperanças e conquistas que ainda não fizemos ao nosso povo”, declarou.
A roda de conversa em Dianópolis contou com a presença da militância petista de 17 municípios: Almas, Arraias, Aurora do Tocantins, Chapada de Natividade, Combinado, Conceição do Tocantins, Dianópolis, Ipueiras, Lavandeira, Natividade, Novo Alegre, Novo Jardim, Ponte Alta do Bom Jesus, Porto Alegre do Tocantins, Rio da Conceição, Taguatinga e Taipas do Tocantins. Estavam presentes vereadores, o suplente de senador Donizeti Nogueira e o ex-prefeito de Dianópolis, Zé Salomão, além de membros do diretório estadual.