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Em meio a dobradinha eleições/retomada, um Jalapão adaptado reabre as portas para o turismo em clima de responsabilidade popular

Pousadas com entradas adaptadas - Foto: Gazeta do Cerrado

Pousadas com entradas adaptadas – Foto: Gazeta do Cerrado

De São Félix – Maju Cotrim

O povo hospitaleiro agora usa máscaras e te recebe com um litro de álcool gel nas mãos. Agora as ruas tem menos gente, os atrativos tem entrada controlada e a população busca se readaptar. São os tempos pandêmicos.

Esta semana o governador Mauro Carlesse reabriu oficialmente o Parque Estadual do Jalapão. Em São Felix o município já tinha decreto liberando a atividade turística.

Em meio a um período já agitado de eleições a equipe Gazeta pegou a estrada para ouvir os jalapoeiros sobre como estão preparados para essa mudança. As pousadas foram treinadas para os novos protocolos de prevenção. São de 13 a 15 pousadas e hotéis só em São Félix, segundo empresários da área informaram.

Plano de retomada do Turismo no Jalapão – Foto: Gazeta do Cerrado

Saindo de Lagoa o caminho para São Félix mostra o desafio latente da região que é a questão das estradas. O atual governo se debruçou e conta com apoio do governo federal nesta demanda e enquanto o processo vai sendo viabilizado para início das obras passar em determinados trechos ainda é desafio. Encontramos quatro caminhões atolados á espera de socorro. Todos conhecem a especificidade do solo da região mas nada que tire o brilho das mais de seis fases diferentes de vegetação do cerrado. Os caminhos do Jalapão são mesmo desafiadores.

Caminhões atolados – Fotos: Gazeta do Cerrado

Após quase três horas, chegamos a São Félix. Ruas pouco movimentadas e as pessoas que vimos todas de máscaras. Recebidos na Pousada Cachoeiras do Jalapão pelo gerente Ceir Pacheco logo na entrada uma pia adaptada, totem de álcool gel e placas com as medidas de segurança.

Totem – Fotos: Gazeta do Cerrado

Ele conta que é o primeiro final de semana que abre as portas. “Estamos muito confiantes neste novo momento.. que aos poucos vamos retomando nosso Jalapão”, disse.

A população deixou claro porém que teme sim a dobradinha da ainda pandemia com as eleições. E até neste quesito de definição eleitoral o setor do turismo fará a diferença, segundo os populares. “O turismo deu liberdade de opinião para várias pessoas”, disse.

Ceir Pacheco dono da Pousada Cachoeiras – Fotos: Gazeta do Cerrado

Outra questão levantada pelos moradores foi a estrutura de saúde bem como a disponibilização de uma ambulância 4 por 4 para atender as demandas de Covid. No protocolo de segurança está a aquisição de uma ambulância SAMU com UTI móvel para o município e até a disposição de um avião para a cidade que segundo eles ainda não foi viabilizado. A cidade só tem uma UBS que é a mesma que está se dividindo entre as emergências e os casos de Covid.

Foi bom ver o clima interiorano da cidade onde a maior “agitação” que encontramos foram algumas crianças jogando xadrez na praça. São Félix já registrou 38 casos desde o início da pandemia e foi uma das últimas cidades a confirmar infectados. Nenhuma morte na cidade até o momento.

Crianças na praça – Fotos: Gazeta do Cerrado

Na chegada do fervedouro Alecrim além do lindo casal de araras que faz a recepção, mais placas de aviso e as visitas são escalonadas para não gerar aglomeração.

Á noite conversei com o jovem Martiniano Barbosa de Sousa de 26 anos que tem um espetinho na cidade e tem uma funcionária inclusive. Ele começou o negócio em 2016 e disse que por ter uma clientela firme e ter ficado fechado por pouco tempo, já conseguiu normalizar o faturamento. Ao lado, o irmão dele tem um mercadinho. “Agora os turistas devem ir voltando aos poucos, mas passamos por duas difíceis”, disse.

Martiniano Barbosa de Sousa, dono de espetinho em São Félix – Fotos: Gazeta do Cerrado

Todos os clientes que chegaram estavam com máscaras e foi possível notar a receptividade e alegria de verem “turistas”.

Na noite deste sábado, 4, a cidade tinha movimentações políticas de pelo menos dois candidatos conforme mostravam os fogos de artifício. Passando pela rua uma menininha simpática apareceu com um litro de álcool gel para higienizar as mãos.

Conversamos com os moradores sobre como veem a política na cidade, a pandemia e quais perspectivas. “Acho que agora tudo vai voltando ao normal, o que sinto mais falta é da escola”, contou a adolescente Miriam Ana.

“A gente rezou muito para acabar tudo isso logo… muitas famílias que dependem do turismo mas agora acho que vai”, comentou outro morador.

A Gazeta continua mostrando os detalhes da retomada no Jalapão pela ótica da população.

 

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