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Em Palmas, mais de 70% das mães jornalistas se sentem sobrecarregadas na pandemia, aponta FENAJ

Alessandra Bacelar, presidente do Sindjor Tocantins - Divulgação

 

A Comissão de Mulheres da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) realizou um diagnóstico das condições do teletrabalho das jornalistas que são mães, em todo o país. A pesquisa “Mães jornalistas e o contexto da pandemia”, composta por 26 perguntas de múltipla escolha, questões abertas complementares e espaço para avaliação, foi estruturada em quatro seções, contemplando questões sobre o perfil das trabalhadoras jornalistas, as condições de trabalho, a situação familiar dessas mulheres e a opinião delas sobre a volta às aulas presenciais dos filhos/as.

Em Palmas, 72% das mães afirmaram que se sentem sobrecarregadas por precisarem conciliar cuidados da casa, trabalho, home office e filhos. A jornalista, Gisele Burjack, faz parte dessa estatística. Mãe de duas crianças, uma de quatro anos e um bebê de sete meses, a profissional destacou que tem sentido os efeitos de forma física e psicológica, nesse tempo de pandemia. “Muitas vezes para dar conta de tudo, quando as crianças estão dormindo, acabo antecipando algumas demandas do trabalho e deixando de fazer alguns serviços domésticos. É necessário estar com o psicológico bem estruturado, porque algumas coisas não esperam”, contou.

A pesquisa que teve a participação de 35 profissionais da Capital e apontou, ainda, que 52% das pessoas estão trabalhando no regime misto, presencial e home office.

Para Alessandra Bacelar, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Tocantins (SINDJOR-TO), a pesquisa é uma forma dessas mulheres e mães se sentirem ouvidas e representadas. “ A pesquisa evidencia em números e relatos um cenário vivenciado de maneira generalizada na categoria, que é o aumento de carga horária e o fato de estarem sempre disponíveis para o trabalho como uma condição do home office”, ressaltou.

Pesquisa
Segunda a pesquisa, em todo país, a principal função exercida dentro do Jornalismo pelas mulheres que são mães é de Assessora de Imprensa (40,06%), seguida da atuação como repórter (15,9%). O regime de trabalho da maioria está sendo feito em home office (59,78%), seguido pelas profissionais que estão em regime misto, ou seja, mesclando trabalho remoto com atividades presenciais.

Quanto à questão salarial, 57,82% não tiveram alterações no salário e na jornada de trabalho durante a pandemia, e outras 16,4% foram impactadas pela legislação que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, com base na Lei Nº 14.020/2020 (oriunda da Medida Provisória 936), seja com redução salarial ou suspensão do contrato de trabalho.

Para 63,4% dessas mulheres, a responsabilidade com a criança é compartilhada com o pai. Mas a segunda maior ocorrência é de mulheres jornalistas que são mães solo e, também, as únicas responsáveis pelos filhos (22,4%). Nesse cenário, ainda que a maioria tenha declarado que compartilha cuidados e responsabilidades sobre os filhos com o pai, 85,9% das mães assinalaram que se sentem sobrecarregadas na pandemia.

Outras 26,7% dessas mulheres são responsáveis pelos cuidados de outras pessoas. Em questão aberta, as jornalistas relatam que essa situação inclui majoritariamente familiares idosos que precisam de apoio durante a pandemia.

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