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Enfermeiro alega censura após ser removido de grupo no WhatsApp que discute políticas e direitos para a categoria no TO

Enfermeiro Lucas Nunes - Foto - Arquivo Pessoal

Enfermeiro Lucas Nunes – Foto – Arquivo Pessoal

Lucas Eurilio

O enfermeiro sanitarista e servidor público estadual, Lucas Nunes Rodrigues, de 30  anos, foi expulso de um grupo no WhatsApp após se posicionar politicamente contra a situação que a categoria tem vivido durante a pandemia do Coronavírus no Brasil e no Tocantins.

Lucas que é militante e ativista há anos contou ao Gazeta do Cerrado que várias entidades participam das discussões, entre eles, Conselho Regional de Enfermagem (Coren-TO), Sindicado dos Enfermeiros do TO e Coletivo União Nacional dos Enfermeiros (UNE).

“Eu estava em um grupo da Enfermagem Tocantins que é um grupo de articulação política, no qual estão lá inseridos o Coren, Sindicato de Enfermeiros do TO e o Coletivo UNE e é um grupo político voltado para a garantia de direitos dos enfermeiros no Estado. Atualmente essa galera pondera sobre as políticas estaduais, nacionais, um grupo que teoricamente seria para avaliar a situação de toda a categoria a nivel nacional, estadual e municipal. Nessa perspectiva já há algum tempo, venho ponderando diversas situações que a enfermagem vem passando no Tocantins em especial em Palmas, com a desvalorização salarial, pela falta de comprossimo da gestão em garantir o pagamento em dias da categoria. E é claro e evidente que o Estado tá passando dos limites, em garantir o mínimo. Há algum tempo eu tenho percebido que as minhas falas não estavam indo de encontro com as das entidades que estão presentes o grupo e que isso estava causando incômodo, porque lá, também é grupo de desabafo dos profissionais, mas um desabafo pra dentro, algo que sempre questiono e critico com muito peso, porque sabemos das nossas dificuldades pra nós, tem que externalizar”, disse. 

O enfermeiro desabafou também sobre a situação de duas irmãs que trabalham em Porto Nacional.

“Nessa perspectiva a gente percebe uma resistência, principalmente dessas entidades que no mínimo deveriam estar trabalhando em prol representatividade e direitos para a categoria. Senti que estava incomodando. Quando fui com uma pauta que pra mim é muito importante que é  da Enfermeira Técnica e Enfermeira Chefe de Porto Nacional, que são irmãs, e que estão passando por diversas dificuldades e pagando um preço altíssimo por terem visibilizado as dificuldades que tiverm na assistência à saúde para sua família. Eu acredito que essas duas pessoas deveriam ser a cara da enfermagem. Daí eu me deparei com a minha remoção, exclusão do grupo”.

Ele afirmou também que a sua exclusão do grupo não vai apagar a trajetória histórica na luta pelos direitos não apenas da classe, mas também do povo preto e quilobolas, do qual faz parte.

“A exclusão foi motivada pelo incômodo que a gente causa e para além disso, uma exclusão motivada por não acreditarem na Enfermagem enquanto categoria, se sentindo no direito de deslegitimizar o processo histórico que eu tenho à frente da categoria.  Esse trajeto histórico, num é uma coisa ligada a mim, mas essa minha ponderação é dando de fato uma visibilidade pela desconsideração de todo um contexto histórico social e político que eu tenho dentro da Enfermagem no Tocantins e no Brasil, por meio de pesquisa cientifica e movimentos nacionais no qua estou inserido. Então não é só a perspectiva do enfermeiro que foi excluído de um processo de um grupo, num é a minha pessoa, é toda uma carga histórica, política, que eu represento. Todo mundo sabe que minha história num é clichê, é uma história que estimula, que incentiva diversas pessoas a assumirem suas identidades e que reafirma toda minha militância em relação à população negra, povo preto, quilombola do qua eu também faço parte. Isso foi uma tentativa de supressão, de segregação, sectarização de parte da categoria”, finalizou.

Em um post no Instagram, o servidor público alegou censura.

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A Gazeta do Cerrado tenta contato com todas as entidades citadas na reportagem para comentar o assunto e ressalta que o espaço está aberto caso haja interesse das partes em se posicionar sobre o assunto.

 

 

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