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Entenda como começou e os polêmicos capítulos do escândalo do lixo no Tocantins

Equipe Gazeta do Cerrado

Nos últimos dias o escândalo do lixo hospitalar encontrado irregularmente num galpão ligado á família de um deputado domina a pauta negativa e preocupa órgãos além da população em geral.

Entenda como tudo foi deflagrado e cada detalhe:

Tudo  começou quando um galpão foi encontrado com quase 200 toneladas de resíduos no dia sete de novembro. O local foi descoberto após a prefeitura receber uma denúncia. O galpão tem cerca de 1.600 metros e está lotado de sacolas com lixo hospitalar, como seringas, ampolas, gases e luvas. No galpão deveria funcionar uma fábrica de farinha, mas há pelo menos 10 anos o local está desativado.

Além da grande quantidade de sacos, também foram encontrados tonéis destampados e pneus velhos.O depósito irregular de lixo caracteriza crime ambiental e a denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE). De acordo com a polícia, um dos donos da estrutura é o deputado estadual reeleito no Tocantins Olyntho Neto (PSDB).

O deputado alegou não ter qualquer relação com o imóvel. Disse ainda que já foi funcionário da empresa, há mais de 10 anos, quando ainda cursava faculdade. O vínculo com a mesma, encerrou-se, quando decidiu entrar para a vida pública em Araguaína no ano de 2008, informou em nota.

A secretaria de saúde, por sua vez, anunciou que ia cobrar providências necessárias caso seja identificado erros na destinação final dos resíduos diferentes do que foi contratado.

Dia 8

Na manhã da quinta-feira (8), fiscais do meio ambiente, Defesa Civil e o delegado da Polícia Civil acompanharam o início da retirada do lixo.

O ex-juiz

Segundo a Polícia Civil, a empresa que fazia a coleta dos resíduos é do ex-juiz eleitoral João Olinto, que é pai do deputado. Ele e duas sócias da firma Sancil Sanantonio tiveram a prisão decretada e são considerados foragidos.

O ex-juiz eleitoral teve a prisão decretada e está foragido há 10 dias. João Olinto exerceu a função de juiz eleitoral entre 7 de agosto de 2012 a 21 de novembro de 2014. Segundo a Polícia Civil, ele seria dono da empresa Sancil Sanantonio Construtora e Incorporadora LTDA, contratada pelo governo sem licitação para recolher o lixo de 13 hospitais do estado.

O contrato foi publicado no Diário Oficial do Estado, do dia 6 de agosto desse ano. O valor mensal pelo serviço ultrapassa R$ 500 mil. Ele nega que tenha vínculo com a empresa. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o ex-juiz eleitoral impedindo a entrada de fiscais da Prefeitura de Araguaína no galpão no distrito agroindustrial da cidade.

Contrato suspenso

O Estado suspendeu o contrato com a Sancil e chamou outra empresa para recolher o lixo dos hospitais em caráter emergencial. Na segunda-feira (19),foi publicado no Diário Oficial do Estado o encerramento do contrato.

Apesar dos danos ambientais e da contratação de uma empresa, pela Prefeitura de Araguaína, para retirar o lixo do galpão irregular, segundo o secretário não houve prejuízos para os cofres públicos já que nenhum pagamento chegou a ser realizado.

A empresa Sancil Sanantonio era responsável por coletar lixo de 13 hospitais públicos do estado. Um relatório apontou que as coletas tinham falhas e a polícia acredita que os resíduos estavam sendo despejados em um galpão do distrito agroindustrial e Araguaína.

Investigações

As investigações estão sendo feitas pela 4ª Delegacia de Polícia de Araguaína.Fiscais da secretaria de meio ambiente de Araguaína que fizeram o flagrante de quase 200 toneladas de lixo hospitalar irregular foram ouvidos pela Polícia Civil na manhã da terça-feira (20).

Crise na SSP

Outra repercussão aconteceu em torno do assunto: 12 delegados regionais do Tocantins foram exonerados dos cargos de chefia. Um dos afetados foi o delegado regional de Araguaína, Bruno Boaventura. Ele comandou casos de grande repercussão e estava ajudando as investigações sobre o lixo hospitalar. A decisão foi publicada no Diário Oficial na noite de sexta-feira (16) e o delegado alegou retaliação por parte do governo. Teve abaixo-assinado e até manifestação pedindo o retorno do delegado.

Foto: Divulgação

Depois disso, durante a tarde, toda a cúpula da Secretaria de Segurança Pública resolveu entregar os cargos. Após sete saídas, o governo determinou que o responsável pela Secretaria de Cidadania e Justiça, Heber Luis Fidelis Fernandes, ia responder interinamente pela SSP.

Nesta sexta-feira, 23,o novo secretário e o Sindicato dos Delegados entraram em acordo  e fecharam consenso em torno de nomes para acompanhar o andamento da pasta. A situação começou a se aliviar na pasta internamente. O governo alegou desde o início do fato que a saída dos delegados dos cargos foi em razão dos cortes que vem sendo feitos em toda estrutura também das demais pastas. O governador Mauro Carlesse chegou a dizer que foi mau interpretado e disse respeitar o papel da polícia.

Repercussão Política

Olyntho Neto – Divulgação

Após ampla repercussão no final de semana passado, Olyntho Neto entregou a liderança do governo na última segunda-feira, 19. Na Assembleia o escândalo do lixo repercutiu também e ainda na tribuna da Câmara Federal onde o deputado Vicentinho Junior levou o assunto á tona e fez várias acusações contra a atual gestão sobre o episódio do lixo.

Olyntho Nega

O deputado afirmou em nota recente que tudo será esclarecido e negou envolvimento com qualquer ato ilícito sobre este contrato.

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