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Entre o Palácio e a pressão das galerias, ficar em cima do muro é cada vez mais impossível na Assembleia

Maju Cotrim

A semana passada de votações de projetos indigestos na Assembleia Legislativa do Tocantins deve trazer uma reconfiguração também no posicionamento de alguns deputados tirando assim o deputado Júnior Geo, do “Bloco do Eu Sozinho” da Oposição. Abertamente maioria dos deputados não quer falar e está esperando como irá na prática participar do governo ou se dá para ir levando com um pé cá e outro lá.

Contra a Medida Provisória que trata do congelamento dos benefícios por 24 meses dos benefícios dos servidores públicos votaram: Nilton Franco, Elenil da Penha e Vanda Monteiro. Júnior Geo não estava na sessão. Informações dão conta que alguns destes parlamentares teriam sido chamados ao Palácio para conversar, dialogar…após o episódio… afinal o governo quer saber com quem pode na prática contar. Outros, mesmo votando contra a orientação do governo no caso preferiram ficar em silêncio.

Após a votação, Vanda Monteiro não ficou calada e colocou a boca no trombone a favor dos servidores. Teve que mostrar posição e de que lado estava…isso porque no dia anterior ela não estava presente na sessão.

Outro sintoma: a retirada da inamovibilidade dos delegados, que conforme a Gazeta soltou em primeira mão foi incluída nas últimas horas na PEC dos militares, mostrou outros reflexos. A deputada Luana Ribeiro que não escondeu sua indignação acusou que foi golpe.Geo e Cláudia Lelis também foram os outros que se manifestaram contra. Ricardo Ayres fez questão de ler o nome de todos os deputados que assinaram a emenda-jabuti para deixar claro quem apoiava. Embora a emenda tivesse partido da AL, o pedido veio claramente do governo e inclusive a lista de quem apoiaria correu na reunião mais cedo com o governador.

Atualmente, pelas próprias posições em plenário, o grupo dos insatisfeitos chegaria a oito dos possíveis “independentes”. Alguns deputados que entraram agora ainda não descobriram ainda a “identidade política” e estão sendo até que atropelados pelos acontecimentos.

Atualmente na gestão de Carlesse, as indicações de grande porte estão restritas, o que dizem os parlamentares da base é que eles estão numa suposta indicação de servidores pontuais. Para as bases, as poucas indicações tem grande significado pois mostram prestígio dos parlamentares junto ao governo. Mas na gestão Carlesse o sistema tem funcionado de outra forma e inclusive nem as nomeações na Educação saíram ainda…

Tem deputado que olha para o Palácio mas também para a pressão das galerias, o que tem sido um exercício amargo principalmente para os que tem menos experiência política.

Abril trará certamente uma reconfiguração das forças políticas na Assembleia. No comando do poder legislativo está o deputado Antônio Andrade que na semana passada disse que não há submissão entre os poderes. Calmo, ele tem buscado sempre ouvir os colegas e ser a intermediação entre o governo e os aliados.

O governo também tem articuladores políticos experientes que já estariam fazendo conta de quantos não seriam “aliados de primeira hora”. Coincidentemente a tal conta também tem oito parlamentares que até entram e saem do palácio todos os dias mas não tem a mesma influência. Os dois deputados claramente na linha de frente do governo atualmente são Olyntho Neto e a líder Valderez Castelo Branco.

Categorias de servidores manifestaram descrédito com a Assembleia após a mudança do acordado sobre a MP 02. Discutir, dialogar, negociar e depois descartar. Teve Sindicato falando em traição…será que foi a melhor forma de se fazer? Cabe uma avaliação.

O governo Carlesse promete uma reação forte ás demandas urgentes após meses de agenda polêmica e agora com o orçamento liberado. Como a Assembleia vai se comportar? A população tem total interesse em acompanhar! O fato é que independente de partido ou alinhamento político a sobrevivência política de cada parlamentar depende justamente de suas posturas ou da falta dela diante dos momentos tensos e polêmicos.

 

 

 

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