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ENTREVISTA ESPECIAL GAZETA: 16 anos de instabilidade política: Hélio Miranda analisa e lamenta falta de “amadurecimento social” no Tocantins

Maju Cotrim

Ex-juiz eleitoral no TRE e que atuou muito na esfera do TSE, Hélio Miranda, um dos principais juristas do Tocantins, acompanha mais uma eleição e revelou á Gazeta  suas impressões sobre o atual cenário e principalmente sobre a instabilidade dos últimos 16 anos em que nenhum gestor termina o mandato.

“Esse cenário depende do amadurecimento social do Estado que é mais Devagar e mais lento que o dos indivíduos e não podemos esquecer que estamos num Estado de trinta e poucos anos. O amadurecimento social não veio por que a evolução sociológica é mais lenta”, analisou.

“Quando o país voltou ao sistema popular os partidos não se estruturaram com a antiguidade que tinham e com isso os partidos do pós revolução nunca se interessam em formar um time de partido, uma convicção da filosofia do partido, passaram a ser uma casa de oportunidade”, avaliou em seguida sobre a formação política dos partidos.

Ele lamentou: “as pessoas não conhecem as filosofias e acabam votando mal em quem vende bem o peixe do interesse”, disse.

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“A brincadeira que se faz é que aqui deveria ter legalmente eleição de dois em dois anos porque ninguém dura dois anos no governo”, disse.

Segundo Miranda,  existe uma “compra velada” de votos e falsa contratação de servidores  para puxar votos dentro das famílias, o que seria um processo que se repete em cada eleição.

“Na verdade aqui todos os que saíram, e foram quase todos, foram porque se não foi julgada uma ilicitude que cometeu lá atrás estava por ser julgado uma coisa que não teria como escapar, temos essa instabilidade quanto filosófica como temos descontinuidade física na construção do Estado”, analisou sobre as constantes mudanças de governo.

Atual eleições

Com duas Ações contra o atual governador Wanderlei Barbosa e em meio a tantas denúncias, disse ele avalia que pode sim haver risco caso elas sejam julgadas procedentes.

“Essa ilicitude visa a eleição e havendo punição atinge a chapa, no caso de eleição e condenação estamos antevendo que possa vir sim mais um mandato reduzido no Tocantins”, lamentou.

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