De Muricilândia/ Maju Cotrim
Eles com seus cabelos brancos são a experiência e ajudam a formar as novas gerações. Em Muricilândia, há um conselho de griôs que ajudam a comunidade a lidar com os desafios e inspiram os mais jovens,
Ao todo são três homens e três mulheres no conselho da comunidade Dona Juscelina que era a presidente. Eles se reúnem mensalmente. A Gazeta conversou com alguns deles.
Conceicão Viana da Silva, 75 anos, ele é griô ha 11 anos . “contamos a história da cidade, do começo, temos muita história para a nova geração, sou o mais velho do conselho”, disse.
“Já fomos chamados ate nas escolas para contar a história do Rio Murici, falamos sobre meio ambiente, desmatamento, sobre tudo que pode ajudar”, disse,
Ele nasceu em Araguaína; “me criei e vim pra cá com a idade de 9 anos”, conta, Ele foi trabalhador da roça e pescador.
Dona Maria Eurania, 60 anos, é griô novata.
“Ser griô é passar para os jovens como era antigamente e mostrar como passamos pelo sofrimento e hoje eles são jovens que recebem tudo mais fácil”, disse,
“Se não preservar a nossa cultura fica esquecida”, diz em seguida.
Manoel Pereira Borges, 80 anos também conversou com a Gazeta. “Pra mim significa uma grande responsabilidade porque o legado que a gente assume não é fácil, sinto um peso bom que é ajudar a comunidade”, comentou.
“Nossos ensinamentos são baseados no passado para que não percamos a direção e que planejemos o futuro”, Disse.
Os griôs precisam de um programa de preservação de seus saberes. São idosos que contribuem com o desenvolvimento da sociedade.
O que são griôs?
A palavra griô tem origem na tradição oral africana, utilizada para designar mestres portadores de saberes e fazeres da cultura, esses transmitidos oralmente. Segundo a griô Adwoa Badoe, entre os povos do oeste da África, os griôs são aqueles que há séculos preservam e transmitem as histórias – principalmente as que se referem aos grandes líderes e à formação dos reinos, mas também às pessoas comuns. Tradicionalmente, os griôs contavam a história de seu povo na forma de poemas ou canções. Com o passar do tempo e com as mudanças que se processaram nas sociedades africanas, as maneiras de contar as histórias e mesmo alguns de seus episódios foram sendo alterados, de maneira a adaptar as narrativas tradicionais ao mundo contemporâneo.
A palavra griô ao ser incorporada à cultura brasileira teve seu sentido ampliado, sendo agregadas ao oficio do griô outras ações, como cantoria, dramaturgia, danças, além da contação de histórias; mas sem perder a sua referencialidade, quanto à valorização de transmissão de saberes por meio da tradição oral.