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Especial: Mulheres não são maioria dentre idosos no TO; qualidade de vida é desafio

(Arquivo Pessoal)

Jornalista Fábio Almeida- Especial para a Gazeta do Cerrado

Na próxima quinta-feira, 08, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, e foi pensando nisso que a Gazeta do Cerrado preparou uma serie de matérias que irão mostrar a vida de diferentes tipos de mulheres. A primeira delas tratará sobre as mulheres idosas.
Para as mulheres idosas a maturidade é sinônimo de autonomia.

Segundo o IBGE, atualmente o número de pessoas idosas no Brasil é de 26 milhões e, em 2027, será de 37 milhões. Com o aumento dessa população ocorre o fenômeno chamado “Feminização da Velhice” que é uma maior presença das mulheres nessa fase etária da vida do que quando comparada com os homens.

Mas como essas mulheres estão vivendo a velhice? Segundo Luiz Sinésio Neto, doutor em gerontologia e coordenador da Universidade da Maturidade (UMA) – Programa de Extensão da Universidade Federal do Tocantins (UFT), os casamentos arranjados de antigamente colocavam elas como apenas cumpridoras dos papeis de boa esposa, boa mãe, boa dona de casa, mas que nem sempre era a condição social que elas almejavam.

“Em muitos casos a viuvez, ou quando ocorre à separação de seus maridos, para a mulher idosa é considerada uma possibilidade de viver a vida da forma que ela deseja, com autonomia, independência, fazendo aquilo que ela quer, decidindo realmente sobre a sua própria vida”, ressalta.
E foi isso que aconteceu com a aposentada Maria Graciene, 68 anos, mãe de 1 filho e avó de 2 netos. Viúva há 10 anos ela conta que foi após o falecimento do marido que passou a viajar, ir pra festas dançar e fazer novas amizades. “Eu amo dançar, isso sempre foi a paixão da minha vida, às vezes ligo o som e danço sozinha em casa. Viajar é outra paixão minha, viajo todos os anos, já estou com passagens compradas para ir para Caldas Novas –GO, agora em junho”.

(Arquivo Pessoal)

Outro dado importante é que até o ano 2000 as mulheres tinham nível educacional, em média, menor do que o dos homens, isso era reflexo da descriminação de gênero da educação brasileira. Esse fator está sendo revertido, o novo contingente de idosas tem nível de escolaridade maior do que o dos idosos.

Mulheres Idosas no Tocantins

Enquanto a média brasileira é de mais mulheres idosas do que homens, que também é a realidade da maioria dos outros estados, o número de mulheres acima de 60 anos no Tocantins é menor do que a de idosos do sexo masculino.
Faixa etária de 60 a 89 anos.
– Mulheres – 54.543
– Homens – 65.037
Já dos 90 aos 100 anos ou mais o número de mulheres passa a ser maior.
– Mulheres – 1.476
– Homens – 1298
Luiz Neto destaca que a realidade é que nossa sociedade está envelhecendo e que precisamos garantir qualidade de vida a elas. “É preciso que essas pessoas vivam com mais dignidade, cidadania, e sendo realmente referenciada com seu papel social, econômico e político na sociedade”.

A senhora Venecy Pereira dos Santos, 69 anos, natural de Arraias – TO, cidade localizada a 427 quilômetros de Palmas, mãe de sete filhos e avó de 11 netos. Ela conta que foi após a separação do marido que se descobriu para vida. Venecy ingressou na UMA em 2013 e formou em 2015, mesmo assim ainda continua frequentando o programa. “Hoje eu sou uma nova pessoa, voltei a estudar, participo de várias atividades e, hoje sei que ser mulher não é apenas estar subordinada as vontades de meu marido”, ressalta.

 

(Arquivo Pessoal)

Outro exemplo da autonomia das mulheres idosas é a senhora Izabel Alves, 66 anos, mãe de 5 filhos e avó de 8 netos, conta que foi na maturidade que conseguiu autonomia para viver. “Eu me sinto muito mais feliz hoje com a velhice do que quando eu era mais jovem, atualmente estudo, faço atividades físicas, aula de dança, me sinto uma pessoa realizada. O que não podemos é ficar paradas, temos que colocar nosso corpo em movimento e nossa cabeça pra funcionar”, finaliza.

(Arquivo Pessoal)

Fonte: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/panorama

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