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Espera de um lado, falta de previsão do outro: porque a UFNT ainda não é realidade?

Jornalista Rogério Tortola – Especial para a Gazeta do Cerrado

O sonho de moradores, estudantes, técnicos e docentes da criação da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) não tem data ainda para se tornar realidade, pelo menos é o que tudo indica e também apurou a Gazeta do Cerrado, ainda mais em meio ao processo político pelo qual passa o país. A Gazeta foi em busca de ouvir os principais atores envolvidos neste processo.

Tudo começou quando em 9 de maio de 2016, a então presidenta Dilma Rousseff assinou projeto de lei que criava cinco novas universidades federais.

Pela proposta, foram criadas em Goiás, as universidades de Catalão e Jataí; no Piauí, a do Delta do Parnaíba; no Tocantins, a do Norte do Tocantins e, em Mato Grosso, a de Rondonópolis.

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Comissão de acompanhamento

Segundo, Kênia Ferreira Rodrigues, presidente da Comissão de Acompanhamento do Projeto de Lei (PL) 5274/2016, a proposta previa inicialmente o desmembramento dos campis de Araguaína e Tocantinópolis da Universidade Federal do Tocantins (UFT) que devem ser transformados em UFNT.

O PL recebeu uma emenda da deputada federal Dorinha Rezende na Comissão de Educação que pediu a criação de dois novos campis um Guaraí e outro e Xambioá.

Trâmite na Câmara Federal

Desde de 2016 o Projeto já passou por 3 comissões na Câmara Federal. Agora o PL está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Está é a última comissão antes de ser enviado ao Senado. Há dois meses quem assumiu a presidência da CCJC é o então deputado Irajá Abreu que de acordo com a presidente da comissão de Acompanhamento demonstrou ser favorável ao projeto. Após aprovado na CCJC o projeto segue para o Senado Federal e deve passar por outras duas comissões antes de ir a sanção presidencial.

Vantagens da criação

Entre as justificativas para criação da UFNT, está o encurtamento das distâncias do administrativo o que ajudaria na gestão e consequentemente criação de novos cursos, maior capacidade de investimento, já que uma nova Universidade receberia mais verbas.
O principal, ampliaria a capacidade de atendimento da universidade que atenderia uma população de aproximadamente, 1,7 milhão habitantes, considerando a região norte do Tocantins (Bico do Papagaio), cerca de 63 municípios e Estados vizinhos como PA e MA.

Novos postos de emprego poderiam ser gerados, para atender as demandas da unidade, tudo isso alavancaria o desenvolvimento da região que hoje de certa forma está estagnada.

UFT perde recursos

Com o desmembramento dos campi de Araguaína e Tocantinópolis a UFT perde alunos e consequentemente recursos, como informou a Gazeta o reitor da instituição, Luiz Eduardo Bovolato, apesar disso ele não vê problemas e aponta outros ganhos. “ Apesar das perdas não vemos problemas, pois vai haver a expansão de novos campi o que vai promover um alcance social maior.

(Divulgação)

O Reitor da UFT aguarda o final do processo de criação para desenhar um modelo de transição do desmembramento, juntamente com uma comissão que está sendo criada para isso.

“Falta força política”

Questionado sobre qual motivo da demora da criação, considerando que outras unidades como as de Catalão, Goiás e a de Delta do Parnaíba, do Piauí, já foram criadas e estão bem mais adiantadas.

Bolvolato atribuiu à demora a falta de engajamento político. “Estas unidades que estão mais adiantadas tiveram mais envolvimento da base parlamentar no processo, força política”, disse o reitor. Ele também reconheceu que é um processo moroso.

Palavra do presidente da CCJC

O Deputado Irajá Abreu (PSD), informou por meio nota de sua assessoria que foi nomeado no final do mês de julho, para ser Relator da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do Projeto de Lei 5274/2016, que criará a Universidade Federal do Norte.

(Reprodução)

Após esta data o Tocantins passou por duas eleições, o que de certa forma atrapalhou o andamento do PL. Para Irajá, a criação é oportuna, pois contribuirá para alavancar o desenvolvimento regional, condição fundamental para viabilizar a permanência na região. “Os benefícios virão não somente com a expansão da oferta de ensino superior, mas também pela geração de conhecimento científico e tecnológico voltado para as especificidades da região” afirmou Irajá.

O deputado, que a partir do próximo ano inicia mandato de Senador, informou que na próxima semana estará em Brasília e terá condições de passar com mais precisão os prazos e trâmites necessário para o processo andar.

Governo Estadual empenhado

O governo Estadual já se posicionou sobre a nova universidade e o governador Mauro Carlesse já chegou a dizer: “A criação e implantação da UFNT está sendo acompanhada por nosso Governo e estaremos trabalhando junto à nossa bancada no Congresso Nacional e junto ao Governo Federal para sua concretização”, afirmou.

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