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Estado fortalece parcerias para combate a sífilis, hepatites e HIV/Aids

Fortalecer parcerias com instituições e órgãos competentes com vistas a combater a sífilis, principalmente, em gestantes e fortalecer as ações desenvolvidas durante o pré-natal, parto e puerpério na rede de atenção à saúde foi o objetivo de reunião realizada na tarde desta terça-feira, 14, no Anexo I da Secretaria de Estado da Saúde. Em debate, a problemática no Tocantins e como cada parceiro pode contribuir nas ações a ser desenvolvidas na prevenção e tratamento também do HIV/Aids, hepatites virais e toxoplasmose.

A prevenção da transmissão da sífilis é uma prioridade do Ministério da Saúde (MS), alinhada com a Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde, e representa um desafio para a saúde pública, quando se observa o aumento da detecção de sífilis em gestantes e da incidência de sífilis congênita (quando a doença passa da mãe para o bebê) nos últimos anos. “A sífilis hoje é uma epidemia no País e estamos buscando toda a ajuda necessária para combater esta doença que é curável e que tem tratamento de baixo custo. Por isso estamos fortalecendo parcerias que nos ajudem no que for possível”, destacou a gerente da Área de DST/AIDS e Hepatite Virais da Secretaria de Estado da Saúde, Caroline Biserra da Luz.

A gerente explica ainda que existe uma proposta de padronização dos exames do pré-natal. “Isso vai ajudar que o médico não esqueça nenhum desses exames e que haja a prescrição adequada do medicamento, e assim seja evitada a sífilis congênita. A gente precisa identificar a doença no pré-natal e tratar a paciente e o parceiro para que não haja uma reincidência”, enfatizou.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado das gestantes e parcerias sexuais com sífilis no pré-natal, na Atenção Básica, são determinantes para impactar na redução da morbimortalidade associada à transmissão da doença. “Para que isso aconteça precisamos alinhar informações e ações com os municípios e demais parceiros, para que se cumpra a orientação que o Estado faz, de dois testes rápidos durante o pré-natal e o tratamento logo que seja diagnosticada a doença, assim como o tratamento do parceiro e o uso de preservativo até o parto”, explicou a diretora de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis, Adriana Cavalcante.

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Ainda segundo Adriana, é fundamental compartilhar responsabilidades e somar esforços, envolvendo efetivamente os gestores, profissionais de saúde e todos os atores que contribuirão para implementação de ações estratégicas e prioritárias, com foco na redução da transmissão da sífilis no Estado. “Diante da situação atual de incidência de casos, a Saúde sozinha não consegue resolver a problemática, por isso estamos nos juntando a outros órgãos”, disse.

Representando o Conselho Regional de Medicina (CRM), Hélio Maués, afirmou que levará para a plenária do Conselho,  a idéia de acrescentar informações sobre as patologias em debates nos cursos oferecidos aos médicos. “O CRM oferece educação continuada a todos os médicos, principalmente no interior do Estado e estaremos trabalhando a possibilidade de acrescentar as informações relacionadas à sífilis, HIV/Aids, hepatites virais e toxoplasmose  no contexto, para que haja uma maior efetividade e comprometimento de todos no combate a estas patologias que tem se propagado cada dia mais”, declarou.

A Rede Cegonha é uma das ações instituídas no Sistema Único de Saúde (SUS) que visa assegurar o direito à atenção humanizada no planejamento reprodutivo, pré-natal, parto, puerpério e atenção infantil nos serviços de saúde.

As doenças

A sífilis, HIV/Aids e hepatites virais são agravos reconhecidos como graves problemas de saúde pública por serem infecções sexualmente transmissíveis, evitáveis e que quando diagnosticadas precocemente podem ser controladas (HIV e hepatites) e curadas (a sífilis).

A toxoplasmose é uma parasitose que assume maior relevância no período gestacional devido ao risco da transmissão congênita, representando importante causa de mortalidade fetal e neonatal.

Vacinas

As vacinas, junto a outras ações de vigilância, vêm sendo responsáveis pela eliminação ou interrupção de transmissão de várias doenças, assim como a redução da morbimortalidade por certos agravos. Caso as gestantes ainda não tenham comprovação vacinal, o Ministério da Saúde disponibiliza as vacinas preconizadas para o pré-natal (dT, dTpa, influenza e hepatite B), sendo a dTpa administrada a cada gestação.

Casos

Em 2015 foi registrado no Tocantins, 409 casos de sífilis adquirida, 200 de sífilis em gestante, 229 sífilis congênita, 59 toxoplasmose em gestante, 100 toxoplasmose em recém nascidos, 115 casos de Aids em adulto, 245 casos de HIV e 1.743 casos de hepatites.

Já em 2016, foram 785 casos de sífilis adquirida, 266 de sífilis em gestante, 241 de sífilis congênita, 102 casos de toxoplasmose em gestante, 64 caos de toxoplasmose em recém-nascidos, 85 caos de Aids em adulto, 240 casos de HIV e 899 caos de hepatites.

Parceiros

São parceiros da Secretaria, o Ministério Público Estadual, Centro de Apoio as Promotorias de Infância e Juventude – CAOPIJ/TO, Conselho Tutelar de Palmas, Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente – CEDECA/TO, Procuradoria Geral da Justiça, Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Tocantins – SOGITO, Conselho Regional de Farmácia do Tocantins – CRF/TO, Sociedade Tocantinense de Pediatria, Conselho Regional de Medicina do Estado do Tocantins – CRM/TO,  Secretaria de Saúde de Palmas, Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Tocantins – COSEMS/TO, Conselho Regional de Enfermagem – COREN/TO, Superintendência de Políticas de Atenção (DAP e DAE).

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