Dar exemplo para os pequenos é um dos estímulos mais fortes na educação infantil. Especialmente na alimentação: se você oferece comida saudável, é provável que o seu filho crie bons hábitos no futuro. Porém, um estudo realizado pelas universidades de Turku, de Helsinque e pelo Instituto de Saúde de Bem-Estar deTurku, na Finlândia, provou que o mesmo acontece de forma inversa. Ou seja, o bom exemplo também pode vir das crianças.
Mais especificamente, os pais que monitoram de perto a dieta de seus filhos e os oferecem alimentos naturais e saudáveis, tendem a comer melhor. O estudo chamado “Projeto Especial de Intervenção de Fator de Risco Coronariano de Turku”, ocorreu ao longo de duas décadas e em duas partes.
A primeira aconteceu entre 1989 e 1992, envolvendo mais de mil crianças e seus pais. Metade deles receberam direções nutricionais, pelo menos uma vez ao ano, e foram aconselhados a nutrir os pequenos com gorduras insaturadas. Enquanto isso, o outro grupo não recebeu conselhos quanto à dieta. Nesta etapa, as conclusões apontam que as crianças que recebiam guias alimentares comiam menos gorduras saturadas (as gorduras ruins) e tinham melhores índices saúde cardiovascular.
A segunda parte pedia para que os pais fizessem diários de refeições durante 10 anos, mensurando peso, altura, pressão arterial, percentual de gordura, taxas de glicose e insulina. Depois de analisar os materiais, os pesquisadores afirmaram que os pais acabavam seguindo os conselhos nutricionais voltados para os filhos e tinham realizado mudanças saudáveis na alimentação, adquirindo características corporais mais saudáveis
“A intervenção dietética orientada para crianças contribuiu vantajosamente para a dieta paternal a longo prazo, e refletiu nas concentrações lipídicas, particularmente em mães”, declarou Johanna Jaakkola, principal autora do estudo e pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Turku.
Além disso, os conselhos saudáveis também podem interferir na dinâmica familiar em parâmetros globais. “Essas descobertas poderiam ser usadas para planejar programas de aconselhamento de saúde pública”, sugere a pesquisadora.