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Estudantes do Mumbuca continuam sem aulas após ponte que dava acesso a escola ser queimada

Alunos de sete comunidades quilombolas estão sem aula há pelo menos um mês na região do Jalapão. A ponte que dá acesso à escola que atende cerca de 150 estudantes queimou no fim do mês de agosto. As famílias estão praticamente isoladas. Alguns carros se arriscam ao passar por um córrego, mas nem todos conseguem fazer a travessia.

Uma das grandes conquistas do povoado Mumbuca foi a escola criada para atender estudantes do ensino fundamental, mas os que moram em comunidades no entorno não conseguem chegar.

“Muito triste porque a expectativa é que a gente estimule esse aluno, e ele venha se sentir bem desenvolvido. Quando a gente passa por uma situação dessa desestimula todos, tanto o professor quanto o aluno”, lamentou a professora Aldina Batista dos Santos.

Alguns alunos desistiram de estudar este ano. Outros pediram transferência para escolas que ficam a 30 quilômetros do povoado.

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Resposta
A Secretaria Estadual da Educação informou que trabalha para a volta às aulas dos alunos da comunidade Mumbuca e estuda a transferência temporária dos alunos das demais comunidades.

Já a Prefeitura de Mateiros disse que vai fazer uma nova ponte, mas a obra ainda não tem data para começar.

Ponte destruída
No fim de agosto, o fogo destruiu a ponte que dava acesso ao povoado Mumbuca. Segundo os moradores, o incêndio foi criminoso. A polícia está investigando. Sete comunidades quilombolas que vivem no leste do Tocantins ficaram isoladas. A única alternativa é a passagem dentro de um córrego. Os que se arriscam atravessam com dificuldades.

“Aqui é um lugar difícil, somos escondidos. Mas agora ficou mais difícil ainda, uma ponte onde navega todos os benefícios que entravam no Mumbuca, tanto a gente como o turista que vem comprar aqui, não pode passar mais”, reclamou o artesão José Ribeiro da Silva.

Sem turista
O escoamento da produção das peças feitas de capim dourado também está prejudicado. Ao todo, 800 artesãos estão cadastrados para fazer a colheita do fio cor de ouro. É a principal fonte de renda para mais de 500 famílias do Jalapão.

“Não tem ponte, não tem estrada, porque nós tecemos o capim, colocamos na cooperativa, fazemos a peça e como o turista vem comprar?”, questionou a artesã Evanil Matos.

Fonte: G1To

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