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Ex-secretário de saúde, esposa e sogro tem R$ 13 mi em bens bloqueados; Até UTIs aéreas teriam sido usadas para viagens particulares

Foto – Polícia Federal

Equipe Gazeta do Cerrado

A Gazeta do Cerrado teve acesso a decisão que autorizou a Operação da Polícia Federal em Palmas, nesta terça-feira, 19. (Leia mais sobre a operação no final da reportagem). 

A Operação foi deflagra durante esta manhã e investiga se o ex-secretário de saúde do Tocantins, Edgar Tolini, usou aviões contratados pelo Governo do Estado para realizar viagens particulares com a esposa.

Conforme a decisão que é assinada pelo juiz federal João Paulo Abe, o total de R$ 13.780.681,70 do ex-secretário, de sua esposa Thaís de Carvalho Costa e seu pai Geraldo de Carvalho foram bloqueado, valor do prejuízo causado aos cofres públicos.

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A investigação aponta ainda indícios de pagamento de propina que teriam sido supostamente pagos pelo aluguel de onde funcionava o Hospital Estadual de Combate à Covid-19.

A Polícia Federal começou a investigar o caso após um servidor comparecer na Delegacia e denunciar que o as aeronaves contratadas faziam viagens particulares nos finais de semana. Até UTIs aéreas teriam sido usadas.

“O informante afirmou que o então secretário de saúde estaria se utilizando de forma indevida da aeronave UTI-Móvel, exclusivamente, para seu transporte pessoal, partindo de Palmas/TO com destino a Goiânia durante os finais de semana. Acrescentou ainda que do valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) mensais do contrato referente ao aluguel do Hospital de Campanha da COVID-19, metade dessa quantia, ou seja, R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) seria destinada aos gestores do Estado do Tocantins na forma de propina. Destaca-se, porém, que o noticiante não trouxe nenhuma documentação que subsidiasse o alegado”, disse a PF.

Foto- André Araújo

Segundo o inquérito, as aeronaves teriam sido fornecidas pela Brasil Vida Táxi Aéreo, que assinou um contrato com R$ 20.886.300 entre os anos de 2020 e 2021 com o Governo do Tocantins.

Conforme trecho da decisão, o inquérito aponta também indícios de que Tolini, Thaís e Geraldo estariam se apropriando de ativos oriundos de esquemas criminosos, montados na pasta da Saúde.

“A informação em comento aponta indícios de que o referido secretário e sua família estariam se apropriando de ativos oriundos de esquemas criminosos montados na pasta estadual da Saúde do Tocantins para desviar recursos por meio de contratos públicos, como aquele já investigado na Operação “Cama de Tut”, ocultando ou dissimulando estes ativos em nome de terceiros. Os elementos informativos já disponíveis apontam para a possível ocorrência de crimes tipificados no atrigo 312 do Código Penal e no art. 1° da Lei 9.613/1998″.

Além do sigilo bancário dos três, a Justiça autorizou no período de 01/01/2019 a 10/03/2022 o afastamento dos sigilos bancários e fiscal das seguintes pessoas jurídicas e físicas:

José Rodrigues Neves;
Cristina de Almeida Carneiro Vaz;
Francisco das Chagas Soares Ávila Júnior;
Pedro Ernesto de Sousa Gualberto;
Castro e Gualberto LTDA;
Condomínio Alegre;
C.C Projetos e Construções Eireli (Cicla Estruturas Metálicas) e
MRG Comércio de Adegas, Vinho e Acessórios LTDA.

A Gazeta do Cerrado tenta o contato com todos os citados na reportagem e ressalta que o espaço está aberto, caso haja interesse das partes em se posicionar sobre o assunto.

Empresa de táxi aéreo se posiciona

A Brasil Vida Táxi Aéreo LTDA esclareceu que não é investigada na operação da Polícia Federal e que forneceu uma cópia dos seus servidores de forma a colaborar com as investigações policiais.

Disse também que todos os voos foram realizados mediante solicitação do Governo do Tocantins, com base em contrato firmado com o referido Ente, e com a emissão das devidas notas fiscais. A empresa continua à disposição para colaborar com as investigações.

O que diz a SES-TO

Acerca da Operação Policial deflagrada na manhã desta terça-feira, 19, sobre supostas fraudes em contratos para transporte aéreo na Saúde do Tocantins, que cita um ex-gestor da Pasta, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que até o momento a Pasta ou seu atual gestor não foram demandados sobre o assunto.

A SES-TO afirma que está à disposição das autoridades para prestar eventuais esclarecimentos pertinentes à Pasta.

Por fim, a SES-TO reafirma o compromisso da gestão pelo zelo na prestação dos serviços públicos de saúde à população tocantinense.

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