Maju Cotrim – Editora-Chefe
Conforme a Gazeta já adiantou há uma movimentação de deputados para que o pedido de impeachment contra o governador afastado Mauro Carlesse seja analisado na Assembleia Legislativa.
O próprio Wanderlei Barbosa esteve com vários parlamentares e dentre os assuntos tratados este seria um deles. Os parlamentares querem que o pedido seja analisado.
Em entrevista exclusiva á Gazeta na tarde de hoje, o governador falou sobre o assunto. A Gazeta perguntou se ele teria tratado do assunto com maioria dos parlamentares que estiveram na casa do deputado Amélio Cayres ontem em reunião.
“Tenho boa relação com a Assembleia e nos reunimos diariamente. Esse é um assunto da Assembleia e não meu, não estou tratando desta pauta nem a AL formatou nenhum projeto neste sentido”, comentou.
“A situação do Estado e delicada Não é só pensar que uma liminar resolva um problema… estou trabalhando para que o povo confie na gestão do Estado”, disse.
“A Assembleia tem que responder para a sociedade como que acontece tantas denúncias e a Assembleia vai se calar diante disso?”, pontuou.
“A Assembleia tem que levar a diante essa discussão, precisa observar o que está acontecendo”, disse.
“Tratei outros assuntos (com os deputados) mas se tiver que tratar de um assunto tão relevante como esse não tenho problema”, comentou.
“O Estado está sangrando”, chegou a dizer.
Parlamentares
A Gazeta já ouviu vários parlamentares sobre o assunto e todos oficialmente mostram cautela em comentar porém nos bastidores já há votos confirmados caso o pedido seja aceito pelo presidente da Casa, Antônio Andrade.
Andrade ainda não analisou se vai ou não aceitar o pedido porém a Gazeta apurou que teriam sido encontradas “inconsistências” no pedido apresentado.
As movimentações fervem entre os que querem cautela e os que querem levar adiante o pedido na intenção de impedir permanentemente a volta de Carlesse.
“A Assembleia tem que dar uma resposta para o impeachment , A Assembleia é protagonista neste momento”, disse á Gazeta o deputado Eduardo do Dertins sobre o pedido de impeachment.
“Sou a favor que a gente construa o grupo político que continue trabalhando pelo Tocantins, o Carlesse na minha opinião já foi até onde foi”, opinou.
“Não vi a fundamentação de pedido de impeachment, acho que não temos que brincar com isso, se tiver fundamento eu sou avaliar ”, disse.
Ayres
Em conversa com a Gazeta, o deputado Ricardo Ayres, que também é jurista, explicou que o presidente da Assembleia tem que aceitar ou rejeitar o pedido para depois haver uma análise e demais trâmites.
“Ainda não tenho opinião formada mas é preciso avaliar o conteúdo do pedido para ver se tem elementos que caracterizem crime de responsabilidade do governador , é uma discussão que deve ser bastante política, do ponto de vista técnico temos que ver se tem elementos que caracterizem crime de responsabilidade”, disse.
“Não vou fugir da minha responsabilidade como deputado, me preocupa muito a estabilidade do Estado”, pontuou.
Andrade sempre foi aliado próximo de Carlesse e está inclusive no mesmo partido que ele. Ele ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
A Gazeta acompanha os bastidores.
O pedido de impeachment
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (SISEPE-TO), Cleiton Pinheiro protocolou, no dia 9 de novembro na Assembleia Legislativa um pedido de cassação contra o governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL).
Na AL também tramita um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), de autoria do deputado Júnior Geo (Pros), visando investigar o governador, porém, até o momento, o documento conta com apenas duas assinaturas favoráveis, a do autor e do deputado Elenil da Penha (MDB). Para ser instalada, são necessários no mínimo oito assinaturas.
Na peça processual, Pinheiro se baseia em supostos crimes de responsabilidade que teriam sido praticados por Carlesse enquanto exercia o cargo, entre os quais figuram o não pagamento das aposentadorias e progressões dos servidores mesmo tendo dotação orçamentária, supostas ingerências no plano de saúde dos servidores públicos, que resultaram na ação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e afastamento de Carlesse por 180 dias.