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Família de criança que perdeu o testículo após ‘brincadeira’ em escola registra boletim de ocorrência e tia questiona: “Como não avisaram a gente?”

Henrique Gabriel passou por cirurgia no último domingo,10, e passa bem – Foto – AF Notícias/Divulgação

Lucas Eurilio, Gazeta do Cerrado

A tia do pequeno Henrique Gabriel Bezerra da Silva, de 9 anos, Queila Bezerra da Silva, conversou com a Gazeta do Cerrado, nesta terça-feira, 12, sobre o caso do sobrinho, que perdeu um dos testículos após levar um chute, durante uma “brincadeira” de mal gosto, dentro da Escola Municipal  Simão Lutz Kossobutzki, em Araguaína, norte do Tocantins.

O caso que aconteceu ainda na semana passada e veio à tona nesta terça-feira, 12, depois que Henrique Gabriel passou por cirurgia no Hospital Municipal da cidade e segundo a família, infelizmente ele corre o risco de perder o outro testículo. O procedimento cirúrgico foi realizado no último domingo, 10, e seu caso está sendo acompanhado.

Leia sobre o caso – Criança passa por cirurgia e perde um dos testículos após ‘brincadeira’ em escola no norte do Estado | Gazeta do Cerrado

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Queila que cuida do garotinho contou que toda a família está muito triste com o que aconteceu na escola.

“A gente tá muito triste com esse caso. Como que eles não avisaram pra gente? Como que não viram ele chorando?”, questionou.

Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil na segunda-feira, 11, sobre o caso e a tia de Henrique disse que a escola está querendo se eximir da culpa.

“Todo mundo tá querendo tirar a culpa de cima das costas, mas a gente vai em frente, não vamos abaixar a cabeça”, disse.

O incidente aconteceu durante o recreio. Queila disse que o sobrinho contou que brincava com outros coleguinhas, quando a outra criança chegou e deu o chute nas partes íntimas de Henrique.

Já com dor, a tia dele contou que ele procurou junto com outro coleguinha uma professora, que pediu pra ele procurar a diretora, mas sem sucesso.

“O povo é tão covarde, que não quer mostrar as imagens da câmera. Depois que ele procurou ajuda, mandaram ele ir pra sala de aula, pra ficar lá sozinho, quietinho que a dor ia passar. Aí ele ficou lá chorando até aliviar um pouco. Nós não estamos nem acreditando”, relatou Queila.

Ao chegar em casa e ainda sentindo dores, Henrique contou para Queila o que tinha acontecido. Ela prontamente deu um remédio, mas contou que o sobrinho foi só piorando e foi preciso levar para o Hospital.

Queila contou por fim que a outra criança que chutou Henrique Gabriel já foi identificada, mas que os familiares não entraram em contato oferecendo qualquer tipo de ajuda.

“Nós não vamos fazer nada com a criança. A gente quer saber o que aconteceu”.

O que diz a Secretaria Municipal da Educação

Em uma nota encaminhada à nossa equipe de reportagem nesta terça-feira, 12, a Secretaria e a Direção da Escola explicaram que tomaram conhecimento do incidente na segunda-feira, 11, e de imediato procurou o pai do garotinho, se colocando à disposição para esclarecimentos e qualquer outro apoio que a família precise.

A Semed disse ainda que o pai da criança foi até a escola e a equipe reforçou que a criança não relatou o acidente e por isso não foi possível dar assistência necessária naquele momento.

Veja nota da íntegra

A Prefeitura de Araguaína informa que a Secretaria da Educação e a direção da Escola Municipal Simão Lutz, no Bairro São João, tomaram conhecimento em detalhes do ocorrido na manhã desta segunda-feira, 11, e que, de imediato, entrou em contato com o pai da criança para se colocar à disposição para todos os esclarecimentos necessários e qualquer outro apoio que a família precise.

Conforme as informações levantadas pela direção da escola junto às professoras, coordenação e outros alunos que presenciaram o acidente, o fato aconteceu na última quarta-feira, 6. Em um momento de brincadeira entre os alunos, durante o intervalo, um aluno foi lesionado nas partes íntimas por um colega. A equipe gestora da escola não foi comunicada sobre a situação no dia do acidente.

Na manhã desta segunda-feira, 11, a direção entrou em contato com o pai, que foi até a escola conversar com a diretora, coordenadora e professoras responsáveis pelo aluno. A equipe da escola reforçou ao pai que a criança não relatou sobre o acidente, por isso não foi possível dar a assistência necessária logo após o acidente.

A escola e a Secretaria Municipal agem de forma imediata quando têm ciência de fatos como esse, conforme preconiza o regimento da unidade de ensino.

Mesmo assim, a prefeitura reforça que a secretaria e direção da escola já se colocaram à disposição da família do aluno para dar todo o suporte necessário ao caso e apurar as circunstâncias do ocorrido. Ressalta ainda que, mesmo que a lesão ao aluno tenha acontecido diante de uma brincadeira, a direção sempre trabalha junto aos alunos o combate ao bullying, à violência e o respeito entre os colegas.

 

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