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Família de vítima tocantinense morta em 2017 celebra prisão de assassino nos EUA

Caso Danilo Cavalcante: Audiência por homicídio em Figueirópolis é adiada após fuga e prisão nos EUA

Danilo Sousa Cavalcante

Na quarta-feira, 13, a prisão de Danilo Sousa Cavalcante, suspeito da morte de Valter Júnior Moreira dos Reis em 2017, trouxe alívio à família da vítima no Tocantins. Danilo foi capturado pelas autoridades da Pensilvânia, nos Estados Unidos, 14 dias após sua fuga de uma prisão americana, onde cumpria pena perpétua pelo assassinato de Débora Evangelista Brandão, sua ex-companheira, em abril de 2021, na cidade de Phoenixville.

A tragédia que abalou a vida de duas famílias teve desdobramentos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Danilo Sousa, após cometer o crime em solo americano, fugiu em agosto de 2023, causando apreensão na comunidade do condado de Chester, na Pensilvânia. O fugitivo invadiu residências, mudou sua aparência e roubou um carro, além de se envolver em um tiroteio com um morador local.

Enquanto nos Estados Unidos a fuga de Danilo causava medo e apreensão, no Tocantins a família de Valter Júnior Moreira dos Reis, assassinado devido a uma dívida relacionada ao conserto de um veículo, acompanhava o desenrolar dos acontecimentos com ansiedade. O assassinato de Valter ocorreu em 5 de novembro de 2017, quando ele foi alvejado com seis tiros em frente a uma lanchonete em Figueirópolis, no sul do estado. O laudo pericial na época revelou múltiplas perfurações no tórax, crânio e braço da vítima.

Segundo informações, a tragédia foi desencadeada por uma dívida pendente que Valter Júnior tinha com Danilo, um amigo de longa data. Na noite do crime, Valter Júnior não imaginava que as ameaças de Danilo se concretizariam daquela maneira brutal.

O inquérito policial, conduzido pela Polícia Civil, foi concluído em menos de uma semana após o assassinato, com várias testemunhas apontando Danilo Sousa como o autor do crime. Uma semana após o homicídio, Danilo foi alvo de um pedido de prisão do Ministério Público Estadual (MPE) e tornou-se foragido no Brasil.

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Surpreendentemente, em janeiro de 2018, Danilo conseguiu embarcar para os Estados Unidos pelo Aeroporto de Brasília (DF), uma vez que o mandado de prisão vinculado ao processo ainda não estava registrado no banco nacional de mandados, permanecendo disponível apenas para as autoridades tocantinenses.

Apesar de ter se mudado para o Tocantins e trabalhado como lavrador após deixar o Maranhão, Danilo Sousa encontrou Débora Evangelista Brandão no Tocantins, sua ex-companheira e vítima fatal de outro crime terrível. Débora foi esfaqueada 38 vezes por Danilo na frente de seus dois filhos em abril de 2021. As investigações sugerem que o criminoso não aceitava o fim do relacionamento e havia ameaçado Débora desde 2020.

Danilo foi preso uma hora após o assassinato de Débora, no estado da Virgínia, e condenado à prisão perpétua. A condenação aconteceu uma semana antes de sua fuga da prisão no Condado de Chester, em West Chester, nos EUA.

A família de Valter Júnior Moreira dos Reis segue em busca de justiça, com a primeira audiência do caso sendo marcada apenas na semana anterior à prisão de Danilo Sousa. A demora na resolução do caso tem sido um fardo emocional para a família, que ainda luta para superar a tragédia e encontrar respostas.

A empresária Silvia Brandão, irmã de Débora, descreve a dor da perda de sua irmã como um vazio imenso que afeta profundamente a família. Atualmente, os filhos de Débora, que tinham 4 e 7 anos na época do crime, estão sob os cuidados de Sara Brandão, outra irmã da vítima, que reside nos Estados Unidos.

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