As fazendas ficam em Porto Nacional, Jaú do Tocantins, Sandolândia e Dois Irmãos. Porém, o número de empresas denunciadas no Tocantins por manter empregados em regimes de trabalho semelhantes à escravidão é bem maior.
Relação divulgada no início do ano apontou que 21 propriedades rurais do estado foram autuadas entre 2014 e 2017. Nestes locais foram encontrados 173 trabalhadores irregulares.
Em abril deste ano, cinco pessoas foram resgatadas de uma fazenda onde viviam em um curral, entre eles um bebê de 1 ano e 3 meses. Eles conviviam com ratos, sapos, morcegos e insetos. Além disso, em dois anos de trabalho, quatro dos empregados teriam recebido menos de R$ 2 mil.
Trabalho escravo
Até o início de outubro, a definição de trabalho escravo não estava ligada apenas à privação de liberdade, mas também as condições do trabalho. Assim, condições degradantes, jornada exaustiva, servidão por dívida e trabalho forçado também caracterizavam crime.
Só que uma nova portaria do governo mudou a definição. Agora, a portaria estabeleceu quatro pontos específicos para definir trabalho escravo: submissão sob ameaça de punição; restrição de transporte para reter trabalhador no local de trabalho; uso de segurança armada para reter trabalhador; retenção da documentação pessoal.
Com isso, cerca de 90% dos processos e investigações sobre trabalho escravo acompanhados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) estão relacionados a situações que deixaram de ser classificadas como análogas à escravidão após a publicação da portaria 1.129 pelo governo Michel Temer, segundo informou o órgão ao G1. Além disso, a partir de agora, a lista suja só será divulgada por determinação do ministro do trabalho.