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Fazendeiro é flagrado por fiscais do Ibama ateando fogo e pode pegar até quatro anos de prisão

Homem alegou estar utilizando técnica de aceiro, mas admitiu não ter autorização para por fogo. Ibama deve encaminhar caso ao Ministério Público do Tocantins.

O fazendeiro, de 64 anos, flagrado ateando fogo a pasto às margens da BR-010, em Conceição do Tocantins, pode pegar até quatro anos de prisão, se condenado, além de multa de R$ 1 mil por hectare queimado. O homem disse estar fazendo um aceiro em sua propriedade, entretanto, agentes do Ibama consideraram que o manejo foi inadequado e colocava em risco o Cerrado.

 

“Isso aqui é um fogo controlado, tanto que é de noite, e eu não ia cometer a irresponsabilidade de colocar fogo aqui de dia. Vou ficar aqui até apagar”, argumenta o fazendeiro.

Os aceiros são faixas de terra que separam áreas de mata, impedem o avanço do fogo e são previstas em lei, mas todas as autorizações ambientais de queima controlada estão suspensas no estado até o dia 30 de outubro.

Ao ser questionado se não poderia ter feito roçagem em vez do uso de fogo, o fazendeiro alegou ter utilizado a técnica em outra parte do pasto e que manteve a queima apenas na margem da pista. Ele admitiu não ter autorização para a prática.

 

“Pense em um camarada mais consciente e preocupado com a natureza e o fogo do que eu. O Brasil todo tá queimando”, diz o fazendeiro.

Fazendeiro é flagrado ateando fogo na própria fazenda às margens de rodovia no Tocantins — Foto: Reprodução

Na época de seca, o Ibama mantém patrulhamento nas principais rodovias com risco de incêndio, com uso de viaturas descaracterizadas. O flagrante aconteceu durante a patrulha de domingo (15).

Conforme a assessoria de comunicação da Superintendência do Ibama, o órgão fará a comunicação da ocorrência ao Ministério Público Estadual, o qual deverá abrir um processo criminal contra o proprietário.

 

“Não é nessa época que o senhor faz isso, não é sem autorização, não é desta forma, não é no auge da crise do fogo do Brasil e da seca que o senhor vai botar fogo aí”, repreende o agente.

 

O homem também deverá responder um processo civil com vistas à reparação de danos ambientais provocados ao meio ambiente e à sociedade. A pena prevista para o caso é de reclusão, que varia de dois a quatro anos.

Somente no último fim de semana, o estado registrou 372 focos de incêndios. Parques estaduais do Jalapão e do Cantão estão sendo monitorados pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Mateiros e Ponte Alta do Tocantins, que ficam na região do Jalapão, estão entre as 10 cidades com mais focos ativos.

 

Brigadistas tentam apagar fogo na Ilha do Bananal — Foto: Divulgação/ICMBio

 

Na Ilha do Bananal, os prejuízos atingem a vegetação e os animais. Muitas espécies foram vistas por brigadistas já sem vida ou à procura de água e alimentos. Equipes do Prevfogo/Ibama, do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e brigadistas indígenas da região seguem no combate.

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