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Federação mobiliza para 2º Festejo de Yemanjá no Tocantins

Evento acontece em fevereiro de 2025 e busca reunir casas de matriz africana em Palmas para celebrar a cultura afro-brasileira e promover debates sobre o combate ao racismo religioso

Na tarde desta quinta-feira, 21, o secretário da Cultura Tião Pinheiro e a secretária-executiva Valéria Kurovski receberam representantes da Associação das Casas de Culto de Matriz Afro-Brasileira do Tocantins (Feccamto) na sede da Secretaria Estadual da Cultura (Secult), oportunidade em que lhes foi apresentado o 2º Festejo de Iemanjá, a ser organizado pela associação em 22 de fevereiro de 2025, na Praia da Graciosa, em Palmas. Estiveram presentes a Iyalorisá Roberta de Osoguiã (jornalista Roberta Tum), Pai William de Odé, Pai Marcelo de Oxossi e a professora Deyze dos Anjos.

 

Na ocasião, os gestores conheceram o projeto e ouviram as demandas da associação, prestando orientações sobre os caminhos que o grupo pode percorrer para a realização do evento – Paulo Gualberto/Governo do Tocantins

 

Na ocasião, os gestores conheceram o projeto e ouviram as demandas da associação, prestando orientações sobre os caminhos que o grupo pode percorrer para a realização do evento, que será antecedido pelo 2º Balaio de Iemanjá, ato de Candomblé a ser realizado no Ilè de Odé e Oyá, no setor Jardim Santa Bárbara no ano que vem. Durante a reunião, os secretários também destacaram a importância das religiões de matriz africana para a valorização da cultura e da identidade afro-brasileira.

 

O secretário Tião Pinheiro e a secretária-executiva Valéria Kurovski receberam na Secult a Iyalorisá Roberta de Osoguiã, Pai William de Odé, Pai Marcelo de Oxossi e a professora Deyze dos Anjos – Foto: Paulo Gualberto/Governo do Tocantins

 

“Infelizmente, há pessoas que não compreendem a riqueza cultural dessas culturas e é de extrema importância criarmos os meios para colaborar com a inclusão do Festejo da Iemanjá no Calendário Cultural do Tocantins”, disse o secretário Tião Pinheiro.

“Nós fizemos esse primeiro movimento e queremos agora fazer disso uma tradição. Como fazemos tradição? Repetindo e perpetuando o evento. Não é só uma festa, mas uma expressão cultural”, enfatizou a Iyalorisá Roberta de Osoguiã, explicando que há mais de 30 casas de terreiro em Palmas, mas que estas acabam ficando isoladas e que o festejo promove um grande encontro entre elas.

Discorrendo sobre o papel dessas manifestações culturais para a preservação da cultura, da tradição e da memória dos povos afro-brasileiros, que historicamente viram inúmeras tentativas do apagamento de suas culturas, Pai William de Odé reforçou que “o Candomblé, a Umbanda, o Tereco, a Jurema e tantas outras vertentes são territórios de resistência de expressão de culto, de fé e de religiosidade do povo de terreiro”. Para ele, a festividade ajuda a promover “o respeito, a visibilidade e a cidadania aos povos tradicionais de terreiro, pois pode agregar as mais diversas experiências e expressões da cultura afro-brasileira que resistem até os dias de hoje”.

Além do festejo, a associação pretende realizar ainda uma mesa de discussões envolvendo diversos órgãos governamentais e não governamentais, com foco no combate ao racismo religioso e na discriminação contra as matrizes africanas. Datas e formatos ainda serão definidos.

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