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Federação repudia posicionamento do Corpo de Bombeiros sobre casos de assédio

Foto: Divulgação

Equipe Gazeta do Cerrado

A Federação das Associações das Praças Militares (Faspra) divulgou uma nota nesta sexta-feira, 14, onde repudia o posicionamento do Comando do Corpo de Bombeiros o Tocantins sobre os casos de assédios moral e sexual que estão sendo investigados.

Segundo a Federação, ao invés de apurar todas as denúncias que foram protocoladas, a corporação instaurou um inquérito militar contra o presidente da Associação dos Bombeiros Militares do Estado do Tocantins (ABM-TO), Major Marinho por ter exposto a corporação.

Veja a nota na íntegra no final da matéria.

 

Entenda o caso

A Associação das Mulheres Policiais do Tocantins protocolou um documento onde pede o afastamento do comandante do Corpo de Bombeiros. A solicitação está inclusa em um oficio entregue ao Ministério Público pedindo investigação sobre abuso de poder dentro da corporação.

O caso se iniciou ainda em outubro deste ano, quando casos de abuso sexual foram expostos. A presidente da associação, Geovana Nazareno, o presidente da Associação dos Bombeiros está respondendo um inquérito militar por ter exposto a corporação.

“Protocolamos um documento pedindo que o procurador verifique um possível abuso de autoridade do comandante e do sub-comandante, e solicitamos o afastamento destes do comando do corpo de bombeiro militar”, disse Geovana Nazareno.

Em um pesquisa realizada com 183 bombeiros, 62,3% afirmaram que já sofreram algum tipo de assédio moral. Além disso, também ocorreram registros de abusos sexuais, um dos militares afirmou que já recebeu convites para uma orgia sexual.

Outro lado

Segundo o corpo de bombeiros militar, o comando não pode permitir ações contrárias aos encaminhamentos legais, sejam realizadas por um militar que tem interesses pessoais e políticos em macular o nome das instituição.

“A situação é séria e por se tratar de crime, não cabe pesquisa de WhatsApp com link que qualquer pessoa entraria e votaria quantas vezes quisesse. Os homens e mulheres que pertencem ao corpo de bombeiros do Tocantins, não podem ser vítimas de tal atrocidade e receberem o ônus de ações isoladas, que se ocorreram ou se vierem a ocorrer, o comando além do dever ético e legal, tem total interesse em apurar.”

O Corpo de Bombeiros também afirmou que não teve acesso aos dados da enquete realizada e que não houve registro de denúncias nos órgãos internos.

Confira a íntegra da nota da Federação das Associações das Praças Militares

A Federação das Associações das Praças Militares (FASPRA) repudia o posicionamento do comando do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins que, ao invés de apurar as denúncias de assédio sexual e moral realizadas e protocoladas este ano, instaurou um inquérito militar contra o presidente da Associação dos Bombeiros Militares do Estado do Tocantins (ABM-TO), Major Marinho, por ter na opinião do Comando exposto a corporação. A FASPRA despreza o fato de que, mesmo diante de todas as denúncias, o comando opta em se manter inerte e ainda busca intimidar a Associação através de inquérito.

Confira a íntegra da nota do Corpo de Bombeiros 

O Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO) é uma instituição de grande prestígio e reconhecimento pelo serviço que presta à sociedade, e por ter, em seus quadros, homens e mulheres de alto valor e compromisso social, o comando não pode permitir que ações contrárias aos encaminhamentos legais, que devem ser precedidos de denúncia indicativa de vítima e autoria, sejam realizadas aleatoriamente por um militar que tem interesses políticos e pessoais em macular o nome da instituição, para assim, atingir o comando geral.

A situação é séria e por se tratar de crime, não cabe pesquisa de WhatsApp com link que qualquer pessoa entraria e votaria quantas vezes quisesse. Os homens e mulheres que pertencem ao CBMTO, não podem ser vítimas de tal atrocidade e receberem o ônus de ações isoladas, que se ocorreram ou se vierem a ocorrer, o comando além do dever ético e legal, tem total interesse em apurar.

Até o momento, a corporação não teve acesso aos dados desta enquete. Até a presente data não recebemos notificação de órgãos de controle externo a respeito do caso, nem tampouco, houve registro de denúncias junto aos órgãos internos.

Assim, reafirmamos o nosso compromisso em apurar com rigor as notícias de fatos ilícitos que cheguem ao nosso conhecimento.

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