Lucas Eurilio/Repórter Gazeta do Cerrado
A novela “O Outro Lado do Paraíso”, está em sua fase final e termina nesta sexta-feira, 11.Toda a trama foi gravada em Palmas, Rio de Janeiro e no Jalapão que é um local conhecido por agregar uma diversidade cultural e pela cultivação e comercialização do Capim Dourado fonte de renda para vários artesãos locais e matéria prima para várias obras.
Além disso, vários quilombolas vivem no local e fazem parte de associações que ajudam a melhorar a comunidade.
A novela levou o nome do Tocantins para todo o país. Mostrou um pouco da cultura do povo tocantinense e abordou temas polêmicos como homossexualidade, machismo, racismo e violência doméstica. Retratou também nomes da nossa história, como o de Dona Romana, uma conhecida espiritualista do estado.
Associações de Artesãos de Mateiros e do povoado Mumbuca, comemoram os pontos positivos que a novela levou para a comunidade. Segundo a artesã Claudiana Matos da Silva, o que deixou todo mundo triste foi a falta de matéria prima.
“Ano atrasado foi de pouca chuva na região, nós que trabalhamos com artesanato ficamos muito triste porque não colhemos tanto capim dourado como das outras vezes para trabalhar esse ano. Agora em 2018 as chuvas foram bem melhores, então,estamos esperando uma boa colheita”.
Claudiana disse ainda que toda vez que passa algo sobre o Jalapão em alguma lugar, o comércio local se movimenta e as vendas aumentam.
“As vendas do capim dourado sempre crescem o fluxo de turistas também aumenta bastante. Claro, tiveram os pontos negativos, mas as coisas positivas foram maiores. Conseguimos vender bem e foi muito visível e favorável para gente”.
Além disso, a artesã ressaltou a importância de se cuidar do manejo e cultivação do Capim Dourado. “Não é apenas uma fonte de renda pra nós. É nossa história, onde tudo começou. Nossa cultura, nosso legado que foi passado de geração em geração”.
Todavia, outra representante de uma associação de capim dourado que não quis ser identificada, disse que não houve uma melhoria visível quando se fala de turismo e de vendas dos produtos feitos pelos artesãos.
“Nós criamos muitas expectativas e não foi o que esperávamos. Não queremos ser mal agradecidos, mas todo mundo acha que bombou, e não é bem assim que as coisas funcionam. As pessoas ligam elogiando, querendo saber mais sobre o capim dourado, mas creio que crise afetou todo mundo. Deixa o povo achar que ta tudo ok, mas a gente sabe que é mentira”, disse a Gazeta.
A novela foi escrita pelo Walcir Carrasco que esteve no Jalapão antes das filmagens começarem. A trama teve início no dia 23 de outubro de 2017 e teve grande repercussão não apenas no Tocantins, mas em todo o país.
A trama conta a história de Clara, vivida pela atriz Bianca Bin, uma jovem professora que mora em um povoado quilombola que fica na região do Jalapão e enfrenta situações adversas, ao ser dada como louca e internada por 10 anos em um hospício.
Um time seleto de atrizes e atores como Fernanda Montenegro, Laura Cardoso, Marieta Severo, Lima Duarte, Rafael Cardoso e Marcelo Novaes fizeram parte do elenco. O final feliz da trama será rodado amanhã e reprisado no sábado, 12.