Funcionário da Caixa é suspeito de participar do esquema que deu prejuízo de R$ 1 milhão

Uma operação da Polícia Federal, denominada ‘Decies Cetena Milllia’, desvendou um esquema criminoso em Palmas que teria causado um prejuízo superior a R$ 1 milhão na Caixa Econômica Federal. A investigação, autorizada pela 4ª Vara da Justiça Federal, revelou a participação de pelo menos cinco membros de um grupo familiar, incluindo um suposto funcionário do banco. O modus operandi envolveu a abertura de contas de laranjas ligadas a uma madeireira, beneficiária dos créditos concedidos.

Segundo a decisão judicial, a investigação identificou a abertura de 22 contas bancárias, em nome de pessoas de baixa renda, que atuaram como laranjas no esquema. Essas contas foram utilizadas para contratos de crédito em favor da madeireira associada ao grupo. O montante total dos créditos concedidos atingiu a cifra de R$ 1.047.870,88. A abertura dessas contas ocorreu entre fevereiro e novembro de 2019, sem verificação de dados e análise de riscos, e todas foram vinculadas ao mesmo funcionário da Caixa.

A investigação também revelou que, após receber os valores, a empresa madeireira foi transferida para o nome de laranjas e, posteriormente, encerrou suas atividades. Surpreendentemente, o grupo familiar suspeito de liderar as fraudes inaugurou outra loja do mesmo ramo, utilizando o mesmo endereço e até os mesmos telefones da antiga empresa.

O juiz Adelmar Aires Pimenta da Silva, responsável pela decisão, destacou que há fortes indícios de fraudes, lavagem de dinheiro e associação criminosa por parte dos investigados. Os crimes imputados incluem estelionato qualificado, peculato e associação criminosa, podendo resultar em penas que ultrapassam 20 anos de prisão para os envolvidos.

A operação, realizada na manhã desta quinta-feira (7), cumpriu cinco mandados de busca e apreensão emitidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Palmas. Além da abertura de contas, as fraudes envolveram obtenção de créditos, como financiamento e cartão de crédito. O nome da operação, em latim, faz referência ao montante do prejuízo causado à empresa pública federal, significando ‘um milhão’.