Quando entra em contato com pequenos animais, entretanto, o fungo consome eles por dentro para permanecer vivo. Em seguida, após matar o hospedeiro, é possível ver o fungo a olho nu, uma vez que alguns “pelinhos” são expelidos para fora da vítima.
De acordo com a pesquisadora, ao sair do hospedeiro, o fungo quer aumentar as chances de reprodução, espalhando esporos para outros pequenos animais.
Nos estudos de Patrícia, ela fez ensaios em laboratório e comprovou a capacidade parasitária da espécie em formigas, barbeiros, aranhas e percevejos.
Patrícia explica que, diferentemente de outros fungos, a espécie Beauveria bassiana não possui a capacidade de controlar o movimento dos hospedeiros, mas ao consumi-los e emitir esporos para fora das vítimas, consegue continuar perpetuando a espécie.
Em The Last of Us, o fungo Cordyceps retratado existe na vida real, com a “pequena” diferença de que não consegue controlar humanos e criar zumbis.
De acordo com Patrícia, algumas espécies do gênero Cordyceps conseguem invadir o sistema nervoso de formigas e controlar os movimentos das mesmas, fazendo com que as vítimas andem até locais altos.
Lá, o fungo faz o consumo da vítima por dentro e, após se manifestar fisicamente por meio de uma “antena”, espalha esporos para fazer novos hospedeiros.
A professora explica que espécies de fungos parasitários estão longe de conseguir, em algum momento, controlar humanos. Entretanto, muitas delas causam doenças graves.
“Um deles é o que é transmitido pelas fezes de pombo. Pode causar micoses bem graves, pode levar a pessoa à morte. Mas ele não consegue manipular a gente […] Pra um fungo como o da série conseguir uma mutação e ela ser selecionada ao longo do tempo, a gente fala de um tempo geológico. Neste momento é muito improvável.”
De acordo com a professora Patrícia Dalzoto, a espécie Beauveria bassiana está presente em diversos produtos do mercado voltado para controle biológico.
A produção, conforme a pesquisadora, ocorre em larga escala.
“Você produz o fungo em larga escala. Retira toda a água e deixa ele na forma de um pozinho, e aí vende isso. O agricultor compra aquilo e, no lugar de colocar um pesticida químico, ele pode colocar um inseticida biológico”, explica.