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Governo afirma que Igeprev elevou patrimônio líquido em mais de R$ 740 milhões

O Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) anunciou nessa terça-feira, 14, que registrou um aumento de 22,16%, ou seja, R$ 742.458.758,18, em seu patrimônio líquido entre os anos de 2015 e 2016. De acordo com o presidente da instituição, Jacques Silva, esse resultado é fruto das medidas que foram implantadas no órgão nos últimos dois anos, prezando pela transparência e respeito ao dinheiro público.

Para Jacques Silva, esse valor poderia ser maior caso o patrimônio do instituto não tivesse sido investido em fundos poucos confiáveis. “Quando assumimos o Igeprev em 2015 contabilizamos o valor de R$ 1,4 bilhão investido em 47 fundos temerários. Caso esse dinheiro não tivesse sido usado pela gestão anterior dessa forma, poderíamos ter lucrado nesses dois anos [2015 e 2016] cerca de R$ 2,9 bilhões. Essa projeção leva em conta não apenas o que foi perdido, mas também o que se deixou de ganhar”, explicou.

 

De acordo com os dados apresentados, em dezembro de 2014 o Igeprev contava com um patrimônio líquido de R$ 3.350.654.087,93. Já sob a gestão do Governo Marcelo Miranda o instituto atingiu a marca de R$ 4.093.112.846,11. Entre os anos de 2015 e 2016, foi apurado pela equipe do órgão um prejuízo de R$ 235,6 milhões referentes às aplicações realizadas nos anos de 2011 e 2014. “Esse valor não está incluso o prejuízo que o Governo contabiliza com a falência da Churrascaria Porcão, da qual o Igeprev era sócio majoritário, que é na ordem de R$ 303 milhões. Somando os valores, já temos um prejuízo concreto de mais de R$ 500 milhões. Nossa previsão é que essas perdas ultrapassem o valor de R$ 1 bilhão quando forem contabilizados todos os investimentos temerários realizados na gestão passada”, esclareceu o presidente.

 

Em relação à falência da Churrascaria Porcão, no Rio de Janeiro, Jacques Silva garantiu que o Governo está fazendo o possível para recuperar o dinheiro do Igeprev. “Não vai ser uma batalha fácil, mas não podemos perder as esperanças. Já acionamos a Procuradoria Geral do Estado [PGE] para ingressar ações na justiça em busca de recuperar pelo menos parte desse dinheiro e evitar que o prejuízo seja maior. É um absurdo a forma como trataram o dinheiro público. Por isso, nós temos a obrigação de ir atrás onde estiver e é o que estamos fazendo”.

 

O Igeprev é dono de quase metade do fundo de investimentos intitulado como FP1, que possui entre seus ativos a rede de restaurantes Porcão, além de uma usina termoelétrica, que estaria fora de funcionamento, e um frigorífico. A rede de restaurantes estava passando por várias dificuldades financeiras ao longo dos últimos anos. De acordo com uma sindicância realizada pelo instituto em 2015, os fundos que compõem os ativos das empresas Porcão teriam sido criados para não dar retorno financeiro a todos os investidores, especialmente o Igeprev.

 

Medidas de Gestão

 

O presidente do Igeprev disse que desde o ano de 2015, o instituto vem fazendo aplicações seguras apenas em instituições financeiras soberanas. “Estamos tratando a coisa pública com zelo. O governador Marcelo Miranda, que tem nos dado todo apoio, foi quem exigiu que fizéssemos aplicações apenas em fundos de bancos que não viessem a causar problemas futuros. Os investimentos realizados nesta gestão estão concentrados em instituições financeiras sérias e de credibilidade como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Aqui não se busca propina, busca-se resultado, formas de aumentar o patrimônio do servidor público. Fazemos uma gestão responsável e compartilhada”, garantiu.

 

Entre as ações citadas por Jacques Silva, para recuperar a saúde financeira do Igeprev, estão as sindicâncias realizadas em contratos e investimentos; recadastramento de aposentados e pensionistas que identificou mais de 100 irregularidades; e reforma administrativa com a troca de diretores e gestores e a demissão de servidores envolvidos em casos ilícitos.

 

Em relação aos desvios e investimentos temerários, o Governo do Estado afirmou que tenta, na Justiça, recuperar parte desse dinheiro investido e também punir os responsáveis pelos estragos causados às finanças do órgão. Cópias dos resultados da sindicância foram encaminhadas para os órgãos de fiscalização das esferas federal e estadual.

 

 

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