Não há quem duvide que o BaianaSystem é um dos grupos mais inventivos e, por assim dizer, importantes da atual música brasileira.
Conquistando o país com seu segundo disco, Duas Cidades, a banda protagonizou uma revolução estética no som nacional que serve de base para as propostas sonoras de muitos artistas hoje em dia. Após cerca de 3 anos do lançamento de seu último álbum, a banda finalmente saciou a vontade dos fãs por mais músicas, através do novíssimo O Futuro Não Demora.
Produzido majoritariamente por Daniel Ganjaman, as 13 faixas do novo álbum entregam um som muito original, até mesmo para padrões BaianaSystem. Em entrevista com o TMDQA!, o vocalista Russo Passapusso comentou a habilidade de recriar que a banda tem.
Isso porque parte da produção do álbum se deu em Itaparica, município baiano localizado em uma ilha. De lá, eles enxergavam Salvador de fora, o que os fez ter a visão contemplativa que conflita com a visão local de Duas Cidades.
Água/Fogo
Além disso, a disposição das faixas no disco se baseia no conceito água/fogo, bastante explorado no álbum. O Futuro Não Demora começa com o convite de boas-vindas proposto pela faixa “Água“, e fecha com “Fogo“, faixa de onde é retirado o título do álbum.
O álbum é dividido por partes centralizadas na metáfora por trás dos dois elementos. O “Lado Água” é encerrado na faixa “Sonar“, enquanto o “Lado Fogo” começa em “Navio” (a mais longa do álbum) e segue até o fim do disco. A ruptura entre os elementos se dá pela faixa “Melô do Centro da Terra“, estrategicamente posicionada no meio das 13 faixas.
As dualidades permeiam o álbum em vários aspectos. O equilíbrio das músicas entre som e poesia é algo a ser notado. Além disso, se vê nas faixas uma mistura entre passado e futuro, entre tradicional e moderno, graças à rica proposta instrumental do álbum. Agogôs, tambores e diversos outros instrumentos da história da música baiana (e, em um geral, brasileira) encontram sintetizadores e elementos da moderna músicas eletrônica.
Participações
Para fazer O Futuro Não Demora acontecer, o Baiana contou com ajuda de grandes intérpretes e compositores.
São um total de nove participações. O colega BNegão, participação constante nos shows do grupo, se junta a Antonio Carlos & Jocafi em “Salve“. A dupla ainda ajuda na “imersão aquática” da faixa de abertura.
Outra presença importante é a Orquestra Afrosinfônica, que tanto abre o álbum quanto fecha, estando presente nos dois lados elementais do disco.
O “Lado Água” ainda conta com participações de Curumin e Edgar em “Sonar”, e do músico francês Manu Chao em “Sulamericano“. Já o “Lado Fogo” mostra colaborações com o grupo Samba de Lata de Tijuaçú em “Redoma” e com o rapper Vandal em “CertoPeloCertoh“. Já a faixa central traz o músico Lourimbau.
Fonte: Tenho Mais Discos do Que Amigos