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Gugu é considerado um dos apresentadores mais consagrados da história da TV; Conheça trajetória

O Apresentador Gugu Liberato morreu nesta sexta-feira, 22, após um acidente doméstico quando trocava um filtro de ar condicionado. Ele não resistiu e morreu num hospital em Orlando, nos EUA.

Conheça a trajetória de Gugu:

Antônio Augusto Moraes Liberato (São Paulo, 10 de abril de 1959 — Orlando, 22 de novembro de 2019),[1] mais conhecido como Augusto Liberato ou, abreviadamente, Gugu Liberato, foi um apresentador de televisão, empresário, ator e cantor brasileiro.

Filho de portugueses,[2] Gugu escrevia cartas para Silvio Santos sugerindo programas, que o contratou. Começou na televisão aos quatorze anos como assistente de produção do programa Domingo no Parque, apresentado por Silvio Santos no SBT.

Gugu é considerado como um dos apresentadores mais consagrados da história da televisão brasileira. Já apresentou grandes sucessos, como Viva a Noite, Sabadão Sertanejo, Domingo Legal, Gugu (que foi exibido de 2015, quando estreou na quarta após a novela Vitória, até o ano de 2017) e seu último trabalho foi o reality show Power Couple Brasil, após a saída do antigo apresentador, Roberto Justus, no final de 2017.

Gugu chegou a iniciar um curso de Odontologia na Universidade de Marília (Unimar), na cidade de Marília, em São Paulo, porém desistiu do curso, atendendo ao chamado de Silvio Santos, que o convidou a assumir um posto em frente às câmeras. Um de seus primeiros programas, em 1981, foi a Sessão Premiada paulista – a versão carioca era apresentada por Paulo Barboza. Em 1982, Silvio Santos pediu que Nelly Raymond, uma importante diretora argentina, criasse um programa para os sábados à noite. Era o Viva a Noite, que no início era dividido em várias partes, e apresentado também por nomes como Ademar Dutra, Mariette Detotto e Jair de Ogum. Depois de algumas mudanças de formato, Gugu permaneceu sozinho no comando do programa, posteriormente dirigido por Homero Salles. Ao mesmo tempo que comandava o Viva a Noite, Gugu permaneceu por algum tempo dirigindo o Domingo no Parque e como editor do boletim Semana do Presidente, que era veiculado nos intervalos entre os quadros do Programa Silvio Santos.

Depois do sucesso do grupo Menudo, famoso pela música “Não Se Reprima”, que foi exaustivamente promovido pelo programa Viva a Noite em 1984, lançou grupos musicais brasileiros do mesmo formato, como Dominó e Polegar, se tornando um empresário de sucesso. Sua produtora, a GGP, é responsável pela gravação de comerciais, programas e séries.

Em agosto de 1987, no auge do sucesso do Viva a Noite, Gugu assinou um contrato com a Rede Globo. Porém, no sábado de Carnaval de 1988, Silvio Santos foi pessoalmente à sala do dono da emissora carioca, Roberto Marinho, no jornal O Globo, pedir a liberação do apresentador para permanecer no SBT. Silvio iria se submeter a uma delicada cirurgia e fez uma proposta milionária a Gugu, oferecendo grande parte da programação dominical. Para se ter uma ideia, o salário do apresentador aumentou em dez vezes, fora os ganhos com publicidade. Gugu estreou nos domingos do SBT em 17 de abril de 1988,[3] apresentando sozinho os quadros Passa ou Repassa e Cidade contra Cidade. Gugu também dividiu com Silvio Santos a apresentação do Roletrando. Em 30 de outubro de 1988, estreou o quadro TV Animal.

Mesmo apresentando parte da programação dominical, Gugu manteve-se à frente de atrações no sábado à noite, principalmente com programas musicais como o Sabadão Sertanejo. O maior sucesso, porém, veio com o Domingo Legal, que rivalizava exatamente com o Domingão do Faustão, programa ironicamente criado para ser seu. A concorrência, em fins dos anos 1990, foi durante muito tempo favorável a Gugu, que encerrou a década com picos acima de 40 pontos de audiência.

Também atuou no cinema, ao lado das apresentadoras infantis Xuxa Meneghel e Angélica, do grupo Os Trapalhões e, na música, Gugu lançou vários LPs e CDs, incluindo um álbum de estúdio nomeado Gugu Para Crianças, que já vendeu mais de 100 mil cópias no Brasil, e sendo premiado com disco de ouro pela ABPD.[4]

Gugu recebeu 11 estatuetas do Troféu Imprensa, as quais: revelação de 1982, animador de 1995 a 2000 e 2002, programa de auditório de 2008 e programa sertanejo de 1991 e 1992. Venceu também o Troféu Internet de programa de auditório em 2005. Gugu também lançou duas séries de revistas em quadrinhos. A última leva foi entre 1988 e 1990, com 20 gibis e quatro almanaques.

Escândalo do PCC
Ver artigo principal: Escândalo Gugu-PCC
Conhecido também como Escândalo Gugu-PCC, ocorreu em 7 de setembro de 2003, dia da Independência do Brasil. Nessa data, o Domingo Legal foi palco de um grande escândalo do jornalismo nacional ao exibir uma entrevista com dois supostos integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), dentro de um ônibus, pelo repórter Wagner Maffezoli.

Os dois supostos bandidos, identificados apenas como “Alfa” e “Beta”, fizeram ameaças ao então vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo, e a três apresentadores de programas policiais: José Luiz Datena, da Rede Bandeirantes; Marcelo Rezende, que ancorava o antigo Repórter Cidadão, da RedeTV!; e o comentarista de futebol Oscar Roberto Godói (então no Cidade Alerta, da Rede Record). Os supostos integrantes do PCC também assumiram a tentativa de sequestro do padre Marcelo Rossi, fato ocorrido uma semana antes.

No dia seguinte, a polícia, o Ministério Público, os apresentadores e o vice-prefeito pediram investigações sobre os supostos integrantes do PCC. Marcelo Rezende foi o primeiro, logo no dia seguinte, a acusar a reportagem de ser forjada. Nos dias seguintes, intensificou-se a impressão de que tudo teria sido uma farsa, até que um comunicado do próprio PCC, divulgado pela imprensa na mesma semana, negou ter ameaçado apresentadores e o vice-prefeito, dizendo que os dois homens não eram do grupo.

Em 15 de setembro, ao ser entrevistado por Hebe Camargo, Gugu afirmou que excepcionalmente não havia visto as reportagens antes de ir ao ar, porque estava preocupado com a saúde de seu pai. No dia 17, a polícia concluiu que o vídeo havia sido falsificado, com a identificação dos falsos membros do PCC e o envolvimento da produção do Domingo Legal, por ter contratado um certo Barney para recrutar os dois homens que eram da chamada “classe baixa da sociedade”. A produção improvisou dentro do ônibus a entrevista que, segundo ex-funcionários do SBT e a polícia, foi feita no estacionamento da emissora. Barney acusou a produção e Gugu de serem mentores da fraude para prejudicá-lo. Como consequência, foi tirado do ar por uma semana o Domingo Legal (no dia 21) pela Justiça, a pedido do Ministério Público. A atração foi substituída por reprises do Troféu Imprensa e do Grammy Latino. Na semana seguinte, o programa retornou ao ar normalmente, sem mencionar a entrevista e a suspensão no domingo anterior. Gugu agradeceu às mensagens de apoio que havia recebido na semana anterior.

Entre outubro e dezembro, os envolvidos, inclusive Gugu, foram depor na delegacia por causa dessa fraude. Gugu, sua produção e o SBT foram processados várias vezes (por apresentadores, pelo vice-prefeito e pela Comissão de Ética Jornalística). O escândalo prejudicou a imagem do SBT, tanto por telespectadores como por anunciantes da emissora. Isso levou também ao declínio do Domingo Legal e, consequentemente, elevou a audiência do Domingão do Faustão e do recém-lançado Pânico na TV, da RedeTV!. O processo foi encerrado e não houve condenação de nenhum envolvido, nem sequer indiciamento de Gugu Liberato.

Saída do SBT e primeira estada na Rede Record
Durante sua época de ouro, em 1987, Gugu teve uma breve e conturbada passagem pela Rede Globo, em que era contratado para desbancar a audiência de Silvio Santos naquele ano. Mas o apresentador foi recontratado pela emissora paulista, sem ter nem tempo de estrear seu então novo programa pela emissora carioca. Nessa época, dividia o auditório com Silvio Santos e, um ano depois, comandou outros programas naquele domingo.

No dia 25 de junho de 2009, deixou o SBT e assinou um contrato de oito anos com a Rede Record.[5] Com um salário mensal de R$ 3 milhões, viria a comandar um programa dominical na emissora de Edir Macedo. Também tinha previsto um programa de entrevistas no canal de notícias Record News e um programa na Record Internacional.

Sua estreia na Rede Record se deu no dia 30 de agosto de 2009, com a estreia de seu programa dominical, intitulado apenas Programa do Gugu e exibido às 20h00min. Em maio de 2010, após sofrer com baixos índices de audiência, perdendo constantemente na Grande São Paulo, para o Programa Silvio Santos, do SBT, seu programa passou a ser exibido às 16:00, após o Tudo é Possível.

Em seu primeiro programa, além de erros técnicos, Gugu anunciou a presença do grupo internacional Blue Man Group e chamou seu novo programa erroneamente como Domingo Legal, antigo programa que o mesmo apresentava no SBT. No bloco seguinte, Gugu desculpou-se pelo erro.

Em 6 de junho de 2013, o portal UOL noticiou que Gugu Liberato deixaria a Record. O motivo da saída do apresentador seria corte de verbas no seu programa feito antes do final do seu contrato.[6] A Rede Record só viria a confirmar a saída do comunicado da emissora no final da tarde do dia posterior. No texto, o canal diz que a emissora e o apresentador consideram que o período de convivência profissional foi proveitoso para ambas as partes e atingiu seus objetivos, e ofereceu todas as condições para que Gugu e sua equipe desempenhassem o seu trabalho.[7]

Gugu apresentou seu último Programa do Gugu na Record em 9 de junho de 2013. Ao final da atração, agradeceu ao público, a sua equipe de produção, aos colegas da Record e a própria emissora, que, disse ele, “que sempre me proporcionou uma excelente estrutura e a oportunidade de estar junto de vocês todos esses domingos”.[8]

Mesmo após a rescisão de seu contrato, de forma acordada entre ambas as partes, Gugu manteve por mais alguns meses vínculo com o Grupo Record. Dois meses após o Programa do Gugu sair do ar no Brasil, a Record Internacional estreou o programa Gugu com Diversão, sendo exibido às quintas-feiras, sábados e domingos, até o fim de 2013 – conforme o acordo firmado entre Gugu e Record. O programa reaproveitava quadros exibidos na atração brasileira.[9][10] A emissora também pagou uma multa milionária de rescisão, no qual foi dado um dos helicópteros Águia Dourada, marca do jornalismo da emissora.

Retorno à Rede Record e saída e volta à RecordTV
Em 1º de julho de 2014, a Rede Record anunciou um acordo com a GGP Produções, produtora de Gugu, acabando com um ciclo de suspense feito pela mídia em torno de sua carreira. Após dois anos afastado da TV, no dia 25 de fevereiro de 2015 aconteceu a estreia do programa da 1ª temporada de Gugu na Record. No ar das 21h44 à 0h22, a volta de Gugu alcançou 17 pontos de média com pico de 19 e 30% de share, ante 19 da Globo, 8 do SBT e 1 da Band. Além da excelente estreia, a atração atingiu a liderança por 1 hora e 28 minutos. No programa de estreia, o apresentador exibiu uma entrevista exclusiva com Suzane Von Ritchthofen que, pela primeira vez, revelou detalhes do crime que chocou o Brasil.[11]

Em 22 de setembro de 2015, foi ao ar o último programa da 1ª temporada de Gugu na Record.

Gugu Liberato renovou contrato com a emissora para mais um programa a partir de 2016 e renovou até 2017. Em 3 de fevereiro de 2016, foi ao ar o primeiro programa de 2016 de Gugu na Record. O programa passou a ser exibido semanalmente.

A atração já não era mais por temporadas, e sim apresentada semanalmente, ao vivo, direto da sua produtora GGP, durante o ano de 2016 às quartas-feiras, no horário nobre da emissora. O programa, que além de ser semanal ao vivo, teve um formato diferente.[12]

Em 28 de dezembro de 2016, foi ao ar o último programa de 2016 de Gugu na RecordTV.

Em 25 de janeiro de 2017, foi ao ar o primeiro programa de 2017 de Gugu na RecordTV. O programa voltou com os quadros e as entrevistas, que foram exibidos em 2016. O programa voltou ao vivo e totalmente repaginado em 22 de março de 2017, quando a RecordTV anunciou mudanças e novidades da nova programação de 2017. Em 27 de dezembro de 2017, foi ao ar o último programa de 2017 de Gugu na RecordTV. O programa se despediu definitivamente, quando a emissora anunciou a demissão da equipe do programa. Liberato apresentava o reality Power Couple Brasil.

No dia 18 de abril de 2018, na faixa das 22h30, logo após o Jornal da Record, o apresentador assumiu a nova temporada do programa Power Couple Brasil, que passou a ser exibido de segunda a sexta-feira. Em 18 de julho do mesmo ano, estreou um novo programa na RecordTV, o talent show Canta Comigo, exibido às quartas-feiras, às 22h30.[13]

Carreira de empresário
Em 1997, Gugu associou-se a empresários de Cuiabá, Mato Grosso, para formar uma rede de televisão, sediada naquela cidade. De acordo com levantamento da repórter Elvira Lobato, da Folha de S.Paulo, o animador ficou com 49% das ações da Pantanal Som e Imagem. O caso veio a público durante a campanha presidencial de 2002, quando Gugu apresentava o programa de TV do então candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), José Serra.[14]

A concessão do canal chegou a ser anulada pelo então ministro das Comunicações, Juarez Quadros. Mas, em fevereiro de 2007, após uma longa disputa judicial, Gugu conseguiu ter de volta a concessão da TV Pantanal. Pelos planos do apresentador, a emissora se tornaria um canal de notícias, segundo os moldes da emissora americana Cable News Network (CNN).

Um mês após reaver a concessão da Pantanal Som e Imagem, Gugu fechou um acordo de cessão dos estúdios da produtora GGP para a produção paulista da programação da Rede JB (antiga CNT).

Gugu foi casado com a médica Rose Miriam di Matteo, com quem tem três filhos: João Augusto, de 16 anos, e as gêmeas Marina e Sofia, de 13 anos.[15]

Morte

Em 20 de novembro de 2019, Gugu sofreu uma queda de uma altura de cerca de quatro metros do telhado de sua casa em Orlando, nos Estados Unidos, e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva.[16][17] No dia 22, foi confirmada a morte de Gugu por meio de um comunicado oficial emitido por sua assessoria de imprensa.[18][19]

O profissional veio a óbito com o diagnóstico de morte encefálica. Inceptivamente, em sua admissão no Orlando Health Medical Center, aferiu-se sangramento intracraniano. Foram descartadas abordagens cirúrgicas, optando-se por observação. Em tal faixa, assinalou-se inatividade cerebral, o que liderou para a concretização das hipóteses alçadas durante os dois dias de internação.[20]

Segundo a assessoria do apresentador, com dados integrais:[21]


NOTA DE FALECIMENTO
Este é um momento que jamais imaginamos viver. Com profunda tristeza, familiares comunicam o falecimento do pai, irmão, filho, amigo, empresário, jornalista e apresentador Antônio Augusto Moraes Liberato (Gugu Liberato), aos 60 anos, em Orlando, Florida, Estados Unidos.

Nosso Gugu sempre viveu de maneira simples e alegre, cercado por seus familiares e extremamente dedicado aos filhos. E assim foi até o final da vida, ocorrida após um acidente caseiro.

Ele sofreu uma queda acidental de uma altura de cerca de quatro metros quando fazia um reparo no ar condicionado instalado no sótão. Foi prontamente socorrido pela equipe de resgate e admitido no Orlando Health Medical Center, onde permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva, acompanhado pela equipe médica local.

Na admissão deu entrada em escala de *Glasgow de 3 e os exames iniciais constataram sangramento intracraniano. Em virtude da gravidade neurológica, não foi indicado qualquer procedimento cirúrgico. Durante o período de observação foi constatada a ausência de atividade cerebral. A morte encefálica foi confirmada pelo Prof. Dr. Guilherme Lepski, neurocirurgião brasileiro chamado pela família, que após ver as imagens dos exames em detalhes, confirmou a irreversibilidade do quadro clínico diante de sua mãe Maria do Céu, dos irmãos Amandio Augusto e Aparecida Liberato, e da mãe de seus filhos, Rose Miriam Di Matteo.

Ainda não temos detalhes sobre o traslado para o Brasil. Informações sobre velório e sepultamento serão passadas assim que tudo estiver definido.

Ele deixa três filhos, João Augusto de 18 anos e as gêmeas Marina e Sophia de 15 anos.

Atendendo a uma vontade dele, a família autorizou a doação de todos os órgãos.

Gugu sempre refletiu sobre os verdadeiros valores da vida e o quão frágil ela se revela. Sua partida nos deixa sem chão, mas reforça nossa certeza de que ele viveu plenamente. Fica a saudade, ficam as lembranças – que são muitas – e a certeza que Deus recebe agora um filho querido, e o céu ganha uma estrela que emana luz e paz.

Familiares e funcionários

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