Texto: Nielcem Fernandes
Edição: Brener Nunes
Algumas empresas estão adotando uma nova modalidade de trabalho, o Home office, que na tradução livre para o português significa escritório em casa, caracterizada por todo tipo de atividade profissional que pode ser feita a partir da residência do prestador do serviço, não sendo necessária a presença física do mesmo dentro da empresa que o contrata. Apesar da tradução literal, o Home Office também pode ser realizado em espaços alternativos como em cafés, hotéis e aeroportos que oferecem um mínimo de estrutura para tal.
Essa tendência surgiu a partir da flexibilização e da transformação do mercado de trabalho em detrimento das inovações tecnológicas propiciadas principalmente por meio da internet. Essa modalidade de trabalho é muito utilizada por freelancers ou trabalhadores autônomos e independentes.
Para realização desse tipo de empreitada, o profissional deve levar em conta as instalações adequadas que lhe proporcionaram melhor desempenho na hora de desenvolver as atividades profissionais propostas. Basicamente para exercer o Home office é necessário um computador uma mesa em local reservado do restante do ambiente doméstico e uma conexão com a internet.
Prós e contras
A modalidade acarreta benefícios tanto para a empresa quanto para o funcionário. No caso das empresas podemos citar a economia com vale-refeição, vale-transporte ou qualquer outro auxílio de transporte, bem como na a redução dos custos da manutenção de um ambiente de trabalho.
Ao se falar em Home office, muitas pessoas podem pensar apenas nos benefícios inerentes a esse tipo de prestação de serviço, como economia de tempo gasto com o transporte, redução do stress causado pelo ambiente de trabalho, economia de tempo, espaço para se dedicar a outras atividades e até mesmo a comodidade de não ter que trabalhar uniformizado.
O Home office, porém, não é feito apenas de vantagens. Existem os lados negativos, como o isolamento social, o aumento de chances de distração e problemas para manter a disciplina. O conforto de trabalhar em casa algumas vezes representa maior pressão por parte do empregador pelo fato da comodidade e liberdade do colaborador. Assim, trabalhadores independentes que pensam em ter um Home office deve primeiro analisar as possibilidades de obterem a disciplina e a concentração necessárias para trabalhar nesse tipo de ambiente, pois ele é confortável e pode muitas vezes atrapalhar o desempenho.
Experiência
A equipe do portal Gazeta do Cerrado entrevistou o analista de sistemas, Arinaldo Araújo para entender como ele está lidando como os desafios dessa tendência do mercado de trabalho.
“A ideia surgiu da necessidade de atender os clientes em vários locais e os mesmos alegaram não ter recursos financeiros suficientes para pagar as minhas visitas presenciais e isso para mim não era interessante uma vez que a minha fonte de renda seria limitada”, declarou o analista à Gazeta quando questionado sobre a ideia de trabalhar com Home office.
Arinaldo ressalta que há quase dois anos vem desenvolvendo o trabalho relacionado a sistemas para emissoras de rádios e consultoria em sua residência, e devido a crescente demanda de serviço decidiu traçar metas e se organizar. “Tem seis meses que estou no Home office pra valer. Sou funcionário público e realizava o trabalho na hora do almoço ou aos finais de semana, o empecilho é que os clientes não podiam e não gostavam de espera. Daí solicitei mudança do meu horário de trabalho no Estado e resolvi me organizar para não perder os clientes”, explicou.
Sobre as desvantagens desse tipo de trabalho, Arinaldo pontuou a qualidade do sinal da internet e a desvalorização do serviço. “Dependo totalmente da internet para realizar o meu trabalho que é feito remotamente e a qualidade do sinal nem sempre é boa. Outra dificuldade é que os clientes por não te verem no ambiente da empresa tendem a não valorizar o serviço pelo fato acharem que “trabalhar em casa” é menos complicado”, finalizou.