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Ícone do fotojornalismo brasileiro, Gervásio Baptista morre aos 95 anos

Gervásio captou com suas lentes a famosa foto de Juscelino Kubitschek acenando com a cartola para o povo na inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960. 

Ícone do fotojornalismo brasileiro, Gervásio Baptista morreu ontem (5) por volta das 8h em Brasília aos 95 anos. A informação foi confirmada pelo filho Júlio Baptista.

Gervásio Baptista nasceu em 1923 em Salvador. Aos 27 anos, quando já se destacava no Diário de Notícias de Salvador, Assis Chateaubriand viu o talento do jovem fotógrafo e o levou para o Rio de Janeiro para trabalhar na revista O Cruzeiro, mas logo Gervásio mudou-se para a revista Manchete, de Adolpho Bloch, no início dos anos 1950.

Fotógrafo Gervásio Baptista morre aos 95 anos 

O fotógrafo Gervásio Batista durante homenagem da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) – Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil

“Ele manifestou em vida que fizéssemos os mesmos procedimentos que fizemos com minha mãe”, contou o filho. “A ficha ainda não caiu. Mesmo que eu já viesse me preparando há tanto, tanto tempo. Ouvia ele dizer que já estava cansado, que queria muito partir. A gente acha que está preparado, mas, quando a coisa acontece, a gente vê que não estava.”

Gervásio Baptista trabalhou na Agência Brasil por cerca de três décadas. Em 2018, foi condecorado com a Medalha Ranulpho Oliveira, da Associação Bahiana de Imprensa, destinada aos maiores nomes do jornalismo que trabalharam na imprensa da Bahia.

Carreira

Gervásio Baptista na cobertura da Guerra do Vietnã – Agência Brasil

Em 80 anos de carreira, Gervásio registrou raridades de Getúlio Vargas, Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Fotógrafo oficial de Tancredo Neves, Gervásio fez com exclusividade a clássica e última foto do presidente, acompanhado da equipe médica do Hospital de Base do Distrito Federal, em que ele aparece sentado de pijama e roupão.

Fotógrafo Gervásio Baptista, por mais de meio século, registrou os principais momentos da história recente brasileira e raridades estrangeiras. – Gervásio Baptista/Agência Brasil

No período militar, foi preso e, em uma das ocasiões, dividiu a cela com o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (avô do ex-governador Eduardo Campos, ambos mortos).

Registrou momentos da Revolução Cubana, em 1959, fotografou os líderes Fidel Castro e Che Guevara. Acompanhou a Revolução dos Cravos, em Portugal, em 1974, e foi ao Vietnã, nos anos de 1970, para registrar a guerra. Fotografou sete Copas do Mundo e 16 concursos de Miss universo.

Até 2015, Gervásio Baptista fotografava no Supremo Tribunal Federal e na Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Velório

A família aguarda a chegada da filha de Gervásio, Selma Baptista, que estava em Madri, para definir detalhes sobre o velório. A cerimônia deve ocorrer na capital federal, no Cemitério Campo da Esperança. Em seguida, o corpo será cremado e as cinzas serão levadas ao Rio de Janeiro para serem espalhadas na Baía de Guanabara.

Fonte: Agência Brasil

 

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