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Impasse em Brejinho: convocados em concurso são impedidos de tomar posse; entenda polêmica

Brejinho de Nazaré – Foto: Divulgação

Brener Nunes – Gazeta do Cerrado

Grande impasse em Brejinho de Nazaré. De acordo com denúncia do vereador Lindomar Andrade (DEM), cerca de 15 convocados no último concurso da Prefeitura do município tiveram a posse cancelada após decisão da Justiça. A gestão do atual prefeito Marquim Nobre (MDB) teria entrado com a ação.

Segundo informações repassadas à Gazeta, a antiga prefeita Miyuki Hyashida (DEM) estaria chamando os aprovados no concurso do município aos poucos. Na última chamada, após as eleições, o novo prefeito teria suspendido a posse e cancelado o concurso, e levado a Câmara um pedido de nomeação de 61 pessoas na Prefeitura, o que foi derrubado pelos vereadores da Casa.

Lindomar contou à Gazeta que muitos dos aprovados no concurso e foram chamados desistiram de outros empregos efetivos para assumir o cargo em Brejinho. “Tem pessoas que pediram desistência de outros concursos em outras cidades para vir para cá morar perto do rio. Alugaram casa, estão pagando aluguel e estão desempregadas”, disse o vereador.

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Ele ainda contou que um dos novos secretários da gestão de Marquim teria entrado com uma Ação Civil Pública contra os aprovados no concurso e conseguido um cargo de secretário na gestão. “Hemerson Galego foi nomeado numa pasta nova, Secretaria Extraordinária de Desenvolvimento Econômico”, contou Lindomar.

O vereador disse que já denunciou o caso ao Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO), e que a promotora Thaís Cairo solicitou a relação dos secretários do município e seus currículos.

Lindomar ainda conta que o prefeito recontratou alguns dos convocados no concurso com cargos comissionados.

Convocados

A convocada Deuzani Marques da Silva contou à Gazeta que o concurso era um sonho. “Em dezembro, me programei, pedi dinheiro emprestado a parentes, e familiares me ajudaram a realizar esse sonho. Dia 04 de janeiro eu estava na prefeitura pronta para tomar posse, mas em seguida fui informada que o concurso teria sido suspenso, não tomei posse, porém, gastei com viagem, com cursinho, com exames muito caros, tudo com o objetivo de tomar posse, e em seguida pagar meus débitos. Espero eu em Deus que nossos governantes e juízes tenham a sensibilidade de ver o nosso lado”, afirmou.

Datiele Rocha de Souza, de 26 anos, também relatou que chegou a tomar posse, trabalhou por algum tempo, porém, ela conta que no início de janeiro saiu a liminar suspendendo o concurso. “Essa liminar infligiu nossos sonhos, o sonho de se tornar uma funcionária pública efetiva”, lamentou a moradora de Brejinho.

Em cartas, alguns dos convocados manifestaram sua indignação e tristeza.

Em uma carta obtida pela Gazeta, um dos concursados diz que foi convocado por meio do Diário Oficial ainda em novembro de 2019. Providenciou todos os documentos e exames necessários e precisou pegar dinheiro emprestado para realizá-los. “Tomei posse no dia 18 de dezembro de 2020, mas para minha surpresa o novo prefeito entrou na Justiça solicitando o impedimento do concurso alegando que estaria atendendo a uma ação popular”, diz o concursado no documento.

 

O outro lado

A Gazeta tentou contato com o prefeito Marquim Nobre, porém, não obteve êxito. O espaço está em aberto para resposta.

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