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Incêndios na Ilha do Bananal matam cobras e ameaçam a fauna silvestre; brigadistas enfrentam falta de recursos

Cobras morrem queimadas em incêndio na Ilha do Bananal — Foto: Reprodução

O combate aos incêndios na Ilha do Bananal revelou um cenário preocupante para a fauna local. Brigadistas encontraram cobras mortas e avistaram outros animais silvestres enquanto lutavam para conter o avanço das chamas. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a falta de pessoal impede o monitoramento adequado dos impactos nos animais.

“Não temos efetivo suficiente para expandir a operação e atender essas outras necessidades, que são reais neste momento. Todos os focos de incêndio estão em áreas extremamente isoladas, acessíveis apenas por via aérea”, afirmou Ueslei Pedro Leal de Araujo, brigadista atuante na região.

A combinação do tempo seco, ventos fortes e temperaturas elevadas tem agravado os incêndios e dificultado o trabalho dos brigadistas. Apenas 40 combatentes estão mobilizados na Ilha do Bananal, e a única aeronave disponível é de pequeno porte, com capacidade para transportar três pessoas por vez.

Além das cobras mortas, um jabuti carbonizado foi encontrado entre as áreas afetadas pelo fogo. No entanto, ainda não há um levantamento oficial da quantidade de animais mortos nos incêndios. A comunicação limitada com os brigadistas em campo também tem dificultado o repasse de informações mais detalhadas.

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O ICMBio explicou que, apesar das tentativas de controle, as queimas prescritas — técnica utilizada para queimar a vegetação superficial e prevenir grandes incêndios — não têm sido eficazes diante das condições extremas de vento, baixa umidade e calor intenso. No domingo, 15, a área com focos de incêndio ativos na ilha somava 73.620 metros quadrados.

Com o avanço de setembro, a tendência é que a seca se intensifique, com ainda menos umidade e sem previsão de chuvas pelos próximos 15 dias. Essas condições aumentam os desafios no controle dos incêndios e expõem os brigadistas a riscos ainda maiores.

O impacto dos incêndios não se restringe à Ilha do Bananal. Em Paraíso do Tocantins, na região central do estado, um preá foi resgatado de um incêndio em estado grave, com queimaduras nos olhos, patas e focinho. O animal acabou perdendo a visão. Já em São Miguel do Tocantins, no Bico do Papagaio, uma preguiça morreu carbonizada, enquanto outra foi resgatada com ferimentos graves. O fogo também atingiu povoados, destruindo casas e forçando moradores a fugir das chamas.

A crescente onda de incêndios florestais continua a ameaçar não apenas o meio ambiente, mas também a vida silvestre em várias regiões do Tocantins, exigindo um esforço urgente e coordenado para minimizar os danos.

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