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Indígenas protestam por melhorias na saúde e ocupam prédio do Sesai no Bico

Indígenas da etnia Apinajé estão desde essa quarta-feira, 11, ocupando a sede da Secretaria especial de Saúde Indígena (Sesai) de Tocantinópolis. A manifestação contou com caminhada pelas ruas da cidade com faixas e cartazes. A ação engloba uma série de protestos e pede melhores condições de saúde. Eles pedem que os órgãos se a saúde indígena. Uma aldeia enfrenta um surto de tuberculose.

No Bico do Papagaio, existem mais de 60 aldeias onde vivem 3 mil indígenas. Segundo eles, desde 2020 não contam com assistência a saúde nas aldeias. Relatam que não possuem o básico como medicamentos e ambulâncias.

Eles ainda contam que o Sesai de Tocantinópolis está sem condições de atendimento e sucateado. Os indígenas publicaram imagens que mostram que o prédio está com goteiras fica cheio de água.

O presidente da Associação União das aldeias Apinajé – Pempxà e colaborador do Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS), Emilío Dias Apinajé, afirma que os indígenas só sairão do PBI após conversarem com Sebastião De Gois Barros, o coordenado do Distrito Indígena de Saúde do Tocantins (DSEI-TO). “Nós do Povo Apinajé não vamos sair, nós queremos a presença dele aqui, nós queremos conversar com ele”, garante Emílio Dias.

De acordo com Antônio Apinajé, também membro da Associação Pempxà, uma  servidora do PBI recebeu Ofício com reivindicações da comunidade e informou que amanhã os integrantes do DSEI-TO, do Conselho Indígena de Saúde (CONDISI) e da Secretária Especial de Saúde Indígena (SESAI) estarão em Tocantinópolis para ouvir os caciques.

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Antônio Apinajé, descreve as razões das manifestações: “protestamos contra o descaso, sucateamento e abandono da Atenção à saúde indígena da população Apinajé.”, o ativista lista os problemas enfrentados “Nas aldeias a situação é crítica com falta de medicamentos, viaturas para transporte de pacientes, demora para realizar consultas e exames. Existe um possível surto de tuberculose na aldeia Prata que vem preocupando as comunidades Apinajé”.

Emílio Dias afirma que a morte de Elias Salvador Apinajé, que faleceu com um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e estava internado com suspeita de tuberculose, foi decorrente da demora no atendimento de saúde e realização de exames médicos. O líder indígena afirma que a falta de saúde para seu Povo já fez muitas mortes nas aldeias.

A associação Pempxà enumerou algumas das reivindicações de melhoria na Saúde:

Reforma do posto da Aldeia Mariazinha;
Construção de posto de saúde da Aldeia Girassol;
Construção de posto de saúde na Aldeia Prata;
Reabastecimento de medicamentos;
Contratação de profissionais de saúde;
Transporte 24h para atendimento de emergências;
Melhoria das estradas de acesso às aldeias para viabilizar o transporte.

A manifestação continua nesta quinta-feira, 12.

O outro lado

A Gazeta tenta contato com os órgãos responsáveis.

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