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Investigação aponta que PM suspeito de matar soldado da Paraíba em Palmas não agiu em legítima defesa

Soldado Eltas Max Barbosa da Nobrega, da Polícia Militar de Paraíba — Foto: Reprodução/Redes sociais

O inquérito sobre a morte do soldado da Paraíba, Eltas Max Barbosa da Nóbrega, de 33 anos, apontou que não houve legítima defesa por parte do suposto atirador. Em razão disso, o policial militar do Tocantins, Antônio Ezequiel de Souza Santos, de 24 anos, foi indiciado por homicídio qualificado.

O assassinato ocorreu no dia 15 de abril deste ano, em um bar localizado na região sul de Palmas. Testemunhas relataram uma confusão seguida por disparos. De acordo com a Polícia Militar (PM), Denizo Borba Moreira estava na casa da namorada quando o suspeito, de 33 anos, quebrou uma janela, fez ameaças de morte ao casal e invadiu a residência.

O inquérito foi concluído na quarta-feira, 29, pelo delegado Guilherme Coutinho Torres, da 1ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com base em imagens do circuito interno do bar, que detalham as ações que antecederam o disparo fatal.

Na madrugada do crime, Eltas, acompanhado de amigos também policiais, já estava no local quando Antônio Ezequiel chegou. Por volta de 3h30, Ezequiel cumprimentou uma mulher conhecida e, conforme o inquérito, já apresentava comportamento alterado, abordando mulheres de maneira invasiva.

A situação se agravou quando um policial amigo de Eltas chegou ao local com uma mulher que já havia se relacionado com Ezequiel. O PM do Tocantins abordou a mulher, o que levou a um confronto entre ele e Eltas. Após um empurrão, seguido de uma tentativa de separação, os homens continuaram a se agredir. Antônio Ezequiel então sacou uma pistola e disparou, atingindo o peito de Eltas.

Eltas foi levado ao Hospital Geral de Palmas (HGP), mas não resistiu ao ferimento e morreu. Antônio Ezequiel se apresentou na delegacia no dia seguinte e foi afastado de suas funções.

O delegado concluiu que a ação não se caracterizou como legítima defesa. “As imagens e testemunhos deixam claro que, no momento dos disparos, ninguém agredia Antônio Ezequiel. […] Não há proporcionalidade entre um tapa, por mais veemente que seja, e o disparo de arma de fogo que causou a morte da vítima,” destacou um trecho do documento.

O inquérito foi enviado à 1ª Vara Criminal de Palmas, e o suspeito pode responder por homicídio qualificado, dado o uso de uma arma de fogo que dificultou a defesa da vítima e a motivação fútil durante uma briga de bar.

Relembre o caso

Na madrugada do dia 15 de abril, o soldado paraibano Eltas Max Barbosa da Nóbrega foi baleado em um bar de Palmas. Testemunhas relataram uma confusão antes dos disparos. A Polícia Militar (PM) foi chamada por volta de 3h30 e encontrou Eltas já socorrido por amigos e levado ao HGP.

Antônio Ezequiel se apresentou espontaneamente na Delegacia de Polícia Civil para os procedimentos cabíveis. A PM explicou que ele foi afastado das funções e que foram adotadas medidas para garantir seu bem-estar físico e mental, incluindo avaliação médica e assistência psicológica.

Em depoimento, Ezequiel alegou desconhecer que os indivíduos eram policiais militares e negou qualquer discussão anterior que motivasse a agressão inicial. O corpo de Eltas, que fazia parte do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), foi velado e sepultado em João Pessoa (PB). A Polícia Militar da Paraíba prestou condolências nas redes sociais, exaltando sua dedicação e zelo pela corporação.

A arma usada no crime era da Polícia Militar do Tocantins, e Antônio Ezequiel havia ingressado na corporação em 2022.

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