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Investigação da Operação Catarse na Assembleia ganha repercussão nacional

Equipe Gazeta do Cerrado

A investigação da Operação Catarse, da Polícia Civil do Tocantins,foi citada no Fantástico deste domingo, 23. A parte abordada foi a que trata dos mandados cumpridos no gabinete do deputado do MDB, Valdemar Júnior, e que chegou a prender alguns servidores dele com suspeita de apropriação de parte do salário de alguns servidores.

O Fantástico mostrou que Operações no mesmo sentido acontecem em todo o país, assim como no Tocantins. Segundo a Polícia, outros gabinetes são suspeitos de servidores fantasmas.

Os três servidores do gabinete do deputado estadual Valdemar Junior, presos em uma operação da Polícia Civil na última quarta-feira (19), foram soltos. No dia da prisão, a polícia informou que há indicativos de que existem dezenas de servidores que recebem sem trabalhar dentro da Assembleia Legislativa.

Segundo o delegado Cassiano Oyama, as investigações começaram após uma denúncia anônima feita com riqueza de detalhes. Os assessores presos estariam coagindo e instruindo testemunhas sobre o que deveriam contar à policia. “Diante disso começaram a instruir testemunhas e até, em um nível mais avançado, fazer ameaças a essas testemunhas. Isso deu ensejo a prisão preventiva.”

O delegado contou que o esquema funcionava da seguinte maneira: os servidores fantasmas recebiam, em média, R$ 2,5 mil por mês e eram obrigados a devolver a maior parte do salário. Os assessores parlamentares agiam como coletores destes recursos.

A investigação conta com gravações telefônicas e comprovantes de transferências bancárias. “Nós temos comprovados cinco fantasmas nesse gabinete, mas existe indicativo de dezenas de fantasmas desse mesmo esquema de devolução do salário na Assembleia inteira. Não se dirige a apenas um gabinete.”

Assembleia Legislativa do Tocantins – Divulgação

Os servidores fantasmas deveriam devolver até o dinheiro que recebiam pelo 13º salário. Ainda segundo o delegado, já existem indícios de que o esquema também funcionava em outros dois gabinetes de deputados. Porém, ainda não há ligação de parlamentares com os crimes.

“A investigação aponta que há uma organização criminosa. Ela tem níveis hierárquicos e uma escala organizada de tarefas de cada membro. O fantasma deve assinar pontos falsos, receber o salário, sacar a grande maioria e devolver para os coletores, que estão dentro dos gabinetes. A Polícia Civil chegou até os coletores, por enquanto. O objetivo é chegar até o destinatário final”, disse o delegado.

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