O superintendente de obras Geraldo Pereira da Silva Filho e uma filha dele prestaram depoimento na manhã desta sexta-feira (5) em São Sebastião (MG). Os dois foram presos pela Polícia Civil em cumprimento a mandados da Justiça do Tocantins. Eles são suspeitos de envolvimento em um suposto esquema de fraudes em reformas de imóveis públicos e obras de pavimentação asfáltica.
A Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais informou que Geraldo Filho está preso no Presídio de São Francisco. Ainda conforme as informações, após o depoimento, a filha dele seria levada para uma unidade feminina a cerca de 200 quilômetros de São Sebastião. Ainda não há previsão de quando eles serão transferidos para o Tocantins.
A investigação da operação Via Avaritia gira em torno de um contrato de R$ 29.259.562,44, que foi assinado pela Secretaria da Infraestrutura, Cidades e Habitação com a empresa Prime Construções, em fevereiro de 2019, para manutenção em prédios públicos. O governo teria repassado até agora R$ 7 milhões à firma.
A suspeita da polícia é de que a Prime Construções estaria subcontratando a empresa Proplan Construtora, ligada ao próprio superintendente de obras, com repasse de propinas.
Geraldo Filho, inclusive, aparece como parte autora em um processo que a Proplan propôs contra a própria Secretaria da Infraestrutura em fevereiro de 2018, pedindo reconsideração por ser desclassificada de uma licitação. Dois meses depois, ele foi nomeado para o cargo de superintendente de operação e Conservação da Agência Tocantinense de Transporte s e Obras (Ageto).
O governo do estado informou que está colaborando com as investigações da Operação Via Avaritia. “A respeito da prisão do servidor da Ageto, o Governo do Estado está acompanhando a investigação e, se comprovada alguma irregularidade no desempenho das funções do servidor, tomará as medidas cabíveis”, diz a nota.
A administração pública ainda deve se manifestar sobre o processo da Proplan em que o superintendente foi parte autora.
A Gazeta do Cerrado tenta contato com todos os citados na matéria e ressalta que o espaço está aberto para posicionamento.
O contrato entre o governo e a Prime Construções é para manutenção em prédios, bens públicos e estradas. Confira os objetos do contrato:
- 7 Residências Rodoviárias (Porto Nacional, Paraíso, Guaraí, Araguaína, Dianópolis, Gurupi e Tocantinópolis);
- 11 Postos de pesagem e fiscalização rodoviária (Araguaçu, Caseara, Couto Magalhães, Jaú do Tocantins, Lagoa da Confusão, Luzimangues, Miracema do Tocantins, Novo Alegre, Porto Lemos, Serra Geral e Palmas);
- Parque Estadual do Cantão;
- Área de Proteção Ambiental do Jalapão (Ponte Alta, Mateiros e Novo Acordo)
- Praça dos Girassóis;
- Hangar do Estado;
- Garagem Central do Estado;
- Museu Palacinho;
- Residência oficial (Casa Branca);
- Sedes da Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação (Seinf) e Agência Tocantinense de Transporte de Obra (Ageto);
- Anexo da Superintendência de Habitação;
- Agência Tocantinense de Saneamento (ATS);
- Palácio Araguaia;
- Almoxarifado do Palácio Araguaia.
Entenda
A Polícia Civil cumpriu, na tarde desta quinta-feira (4), mandados de prisão, busca e apreensão em uma operação para investigar fraudes em reformas de imóveis públicos e obras de pavimentação asfáltica. O prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 29 milhões. A ação foi chamada de Via Avaritia.
Na tarde desta quinta-feira também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em empresas e casa em Palmas e Paraíso do Tocantins. Conforme apurado, a suspeita é de que houve subcontratação com repasse de propinas.
Participam da operação cerca de 25 policiais. Foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos e anotações referentes ao possível esquema fraudulento. O nome da operação faz referência à palavra latina Avaritia, que significa estrada da ganância.
Fonte: G1 Tocantins
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