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Ipês e pequizeiros começam a florir e colorir avenidas e praças da Capital

A praça da Arse 33 (308 Sul) amanheceu com um grande tapete circular de cor creme formado por flores de pequi. Ali próximo em um canteiro da Av. LO-05, na grama, mais flores, desta vez, de um ipê cor de rosa. Como explicar a presença de flores tão delicadas em meio a uma estação onde há altas temperaturas e ausência de chuva? A resposta está no cerrado, bioma em que nos períodos de estiagem severa é comum um fenômeno que encanta os olhos em meio à sequidão: a florada de espécies como o cega-machado, a sucupira preta, o pequizeiro e o ipê. Esse fenômeno dá cor e delicadeza às praças e jardins da Capital, graças às flores amarelas, rosas, brancas, roxas e lilases.

A florada indica que a planta se preparou para garantir a reprodução da sua espécie. “Essa preparação começa no período de chuvas, quando essas árvores armazenam seiva elaborada. É de onde elas vão retirar energia para uma florada exuberante na estiagem”, explica o engenheiro agrônomo e responsável técnico do Horto Florestal da Fundação de Meio Ambiente (FMA), Roberto Campos.

Segundo o engenheiro, a florada garante a geração de frutos e sementes. “A planta observa os dias mais longos e mais curtos para determinar quando existem condições favoráveis para sua floração e produção de sementes. Estamos em julho e todas essas espécies já soltaram flores. O mês de agosto trará dias de ventos fortes, que vão ajudar justamente na dispersão das sementes pelo solo”, acrescenta Campos.

Desta forma, quando as chuvas retornarem, a partir de outubro, as sementes levadas pelos ventos encontrarão condições ideais para germinação, isto é, dias mais longos e oferta abundante de umidade. “A natureza é muito sábia. Tudo isso demonstra a evolução que essas plantas passaram para se adaptar, definir seu ciclo de reprodução e, assim, favorecer a manutenção da sua espécie”, conclui.

Horto Florestal

Ipê, fava de bolota, guapeva, aroeira e oiti são algumas das espécies utilizadas pelo Programa MudaClima, gerido pela FMA, em ações ambientais voltadas para ampliação da oferta de cobertura vegetal da Capital de modo que, no futuro, haja uma ampliação das áreas sombreadas para o conforto climático da cidade.

Essas espécies são cultivadas no Horto Florestal da FMA, anteriormente conhecido como Viveiro Educador. No local são produzidas anualmente cerca de 60 mil mudas de espécies nativas para utilização em ações municipais de arborização.

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