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Jogo da Baleia Azul: onda de suicídios no mundo serve de alerta ao poder público e população

Um novo desafio que vem sendo disseminado entre jovens tem gerado alerta no mundo inteiro. O chamado “Jogo da Baleia Azul” exige aos que se envolvem no desafio a realização de 50 atividades de automutilação e, por fim, estimula que a pessoa cometa suicídio. Longe de ser uma questão simples, o combate ao suicídio pede a intervenção de pais, das escolas, da comunidade e do poder público.

Em um mundo digital, conhecer os amigos e as informações que são recebidas é uma tarefa difícil, talvez até impossível. O jogo vem sendo difundido justamente em razão dessa dificuldade. São utilizadas redes sociais como Whatsapp e Facebook para chegar aqueles que são mais vulneráveis. Isso porque os jovens, de modo geral, entendem que ser desafiador é uma forma de ter o respeito dentro do grupo.

Para especialistas, alia-se a esse fato a dificuldade de os pais estabelecerem uma relação de diálogo com os filhos. “A internet, em geral, não é boa nem má, mas entre o adolescente e a tecnologia tem de haver o gerenciamento dos pais. Deixar o filho solto não dá”. Mas, segundo ele, também não é algo que possa ser feito de forma invasiva. É preciso mediar a relação da criança com o mundo, aponta o psicanalista e Líder da Área de Humanidades da graduação da ESPM-SP, professor Pedro de Santi, ao Estadão.

Poder público local
A atuação integrada de secretarias como a de Saúde, Educação e Assistência Social pode tornar mais efetivo o combate ao suicídio. Apesar de ainda ser um tema tabu e, consequentemente, dificilmente debatido, a questão já se tornou caso de saúde pública. A conscientização, a discussão sobre a depressão, a violência e o suicídio e o monitoramento de grupos vulneráveis são algumas ações de prevenção que podem ser adotadas pelo poder público.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) considera de extrema importância a discussão da temática, tanto na área da saúde como nos demais setores da administração pública, especialmente porque as consequências deste jogo refletem na vida das pessoas, na própria família e também na comunidade.
A entidade acredita que as ações locais podem ser bastante resolutivas, e devem ser incentivadas pelo gestor, como a construção de uma política que sensibilize, que capacite seus profissionais e que articule com demais setores da administração, como educação e assistência social, de maneira a oferecer às pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade uma atenção integral e adequada.

Alem disso, é possível utilizar as próprias ferramentas informatizadas para disseminação das informações. Com o alcance das redes sociais, acredita-se que essas ações integradas de prevenção dos agravos e promoção da saúde poderão estimular a construir um conceito de autoestima fortalecido nos jovens.

Sobre o Jogo
Baleia Azul (Blue Whale) é um desafio em que o competidor precisa completar 50 tarefas, sendo a última delas tirar a própria vida. Matéria do jornal O Estado de S.Paulo aponta “um grupo oriundo da Rússia, conhecido como “#F57”, está sendo investigado devido à suspeita de que já teria induzido mais de 130 jovens, predominantemente na Europa, a cometerem suicídio desde 2015”.

De acordo com as investigações acerca dos casos denunciados, a partir do momento em que a pessoa resolve entrar no jogo não é possível mais sair. Os que tentam desistir sofrem ameaças de vários tipos, se estendendo inclusive aos familiares. Os desafios propostos envolvem automutilações como escrever com uma navalha o nome do “#F57” na palma da mão, cortar o próprio lábio e desenhar uma baleia em seu corpo com uma faca.

No Brasil, suspeita-se que pelo menos duas pessoas já tenham tirado a vida em decorrência do desafio. A primeira seria uma jovem de 16 anos, moradora de Vila Rica (MT). O outro caso é de um jovem de 19 anos, do Município de Pará de Minas (MG), que teria tentando desistir do jogo algumas vezes, mas não conseguiu resistir às pressões.

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