O Ministério Público do Tocantins (MPTO) acionou o Estado do Tocantins na Justiça, nesta sexta-feira, 24, requerendo que seja dado cumprimento imediato a uma sentença que determina a manutenção de escala médica completa no setor de ginecologia e obstetrícia do Hospital Regional de Gurupi (HRG), garantindo-se a cobertura médica 24 horas, durante todos os dias do mês.
O pedido de cumprimento de sentença foi formulado pela 6ª Promotoria de Justiça de Gurupi, tendo como motivação o recebimento de um relatório de vistoria do Conselho Regional de Medicina (CRM) que aponta a insuficiência de médicos na especialidade de ginecologia e obstetrícia para o preenchimento de toda a escala mensal.
Também motivou a representação o fato noticiado de que um bebê nasceu no banheiro da recepção da maternidade do HGR, na quinta-feira, 23, após a mãe ficar mais de uma hora esperando atendimento, em trabalho de parto. A desassistência teria sido motivada pela falta de médico especialista em ginecologia e obstetrícia.
Outras representações têm sido apresentadas à 6ª Promotoria de Justiça de Gurupi, sendo uma delas pelo Conselho Tutelar, o que levou à formulação de um pedido de cumprimento de sentença anterior, em 1º de março.
A sentença que obriga o Estado a garantir escala completa de plantões médicos no setor de ginecologia e obstetrícia do HRG é de agosto de 2017. No pedido apresentado nesta sexta-feira, o promotor de Justiça Marcelo Lima Nunes menciona que a situação chegou a ser regularizada durante algum período, mas recentemente as reclamações quanto à desassistência e à incompletude da escala médica começaram a aportar na 6ª Promotoria de Justiça de Gurupi.
Além da determinação do cumprimento da sentença, o promotor de Justiça requer a imposição de multas pessoais.
O processo judicial tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública de Gurupi.
O que diz o Governo
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que ainda não foi notificada da sentença judicial, relativa às escalas médicas do Hospital Regional de Gurupi (HRG) e esclarece que trabalha para suprir as escalas devido à saída de duas profissionais em licenças maternidade e pedido de desligamento de uma terceira.
A SES-TO destaca que segue com chamamento público aberto, para contratação de profissionais médicos especialistas para suprir as necessidades das unidades hospitalares estaduais, incluindo o HRG, mas encontra dificuldade devido à escassez destes profissionais no mercado nacional.