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Justiça Federal mantém prisão de ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Tocantins

 

 

Após a audiência de custódia, realizada na manhã desta quarta-feira (17), na sede da Justiça Federal, em Palmas (TO), a ex-superintendente do Ministério da Agricultura, Adriana Carla Floresta, teve sua prisão temporária mantida pelo juiz federal João Paulo Abe, da 4a Vara Federal de Palmas. A investigada pela Operação Lucas, da Polícia Federal, é acusada de usar seu cargo público para, supostamente, receber propinas e pagamentos mensais em troca do retardamento de atos de fiscalização em frigoríficos e laticínios do Estado do Tocantins.

Em outra audiência de custódia realizada nesta quarta-feira, o Juiz Federal determinou a liberação de Luiz Fernando Floresta Feitosa mediante o pagamento de fiança no valor de cinco salários mínimos. A decisão foi estendida para o investigado Luciano Floresta Feitosa. Ambos, que irão responder em liberdade, são filhos de Adriana Floresta e são acusados de receberem depósitos dos frigoríficos investigados para custear as mensalidades das faculdades de medicina que cursavam.

 

O fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapec), cedido ao Ministério da Agricultura, Dawes Rodrigues Sousa Lima, teve sua prisão temporária mantida após passar por audiência de custódia também na manhã desta quarta-feira (17). Com isso, além dos investigados já citados, continuam presos: a engenheira de alimentos, Fernanda Alves Dias; o ex-marido de Adriana Floresta, Djalma Luís Feitosa; o atual companheiro da ex-superintendente, Humphrey Teixeira dos Santos; e o gerente de produção do frigorífico Frango Norte, Antônio Augusto Machado.

 

Entenda o caso

 

A Operação Lucas, que não guarda relação com a operação Carne Fraca, teve por objetivo apurar os atos de corrupção passiva perpetrados na Superintendência Regional do Ministério da Agricultura no Tocantins. No caso dos autos, na conta bancária da servidora teriam sido movimentados valores que superavam em mais de 200% de seus rendimentos informados, sendo certo que, em razão dos atos de corrupção, apenas a superintendente teria recebido cerca de R$ 3 milhões em propinas.

 

Na conta bancária de um de seus filhos, foram identificados lançamentos de créditos periódicos no valor de R$ 5 mil, nos períodos de 2011 a 2016. Em outra conta de seu ex-marido, foi encontrado um montante de R$ 1.023.708,20, de origem não identificada. Todos os valores eram depositados por representantes de empresas fiscalizadas que, segundo a Polícia Federal, teriam sido beneficiados com a conduta da Superintendente.

 

Ao todo foram cumpridos pela Polícia Federal 10 mandados de prisão temporária, 16 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão nos estados de Tocantins, São Paulo, Pará, Maranhão, e Pernambuco. O juiz federal João Paulo Abe também autorizou o bloqueio de contas bancárias e a indisponibilidade de bens móveis e imóveis nos valores de R$ 2,2 milhões.

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