Reunidos neste sábado, 30, em Palmas, as Juventudes por Lula Livre aprovaram o “Manifesto das Juventudes ao Tocantins: Um Novo Estado é Possível, em Defesa da Democracia e pela Liberdade de Lula”.
O documento aprovado pelas juventudes do PT, PSOL, União da Juventude Socialista do PCdoB (UJS) e ainda pelo Levante Popular da Juventude, Coletivo Kizomba e Coletivo Nacional da Juventude Negra (Enegrecer) é o resultado mais importante do encontro das Juventudes pois expressa para o Tocantins o programa mínimo dos jovens tocantinenses para 2018, além de unificar todas e todos na defesa da candidatura do Lula, segundo informaram os movimentos.
Confira o Manifesto das Juventudes na íntegra:
MANIFESTO DAS JUVENTUDES AO TOCANTINS: UM NOVO ESTADO É POSSÍVEL, EM DEFESA DA DEMOCRACIA E PELA LIBERDADE DE LULA.
- Vivemos tempos difíceis no Brasil. O golpe de Estado consagrado em 2016 com a retirada ilegítima da Presidenta Dilma organizou um processo de radicalização do neoliberalismo no País. A marca do governo ilegítimo de Temer com sua agenda neoliberal é a retirada de direitos, o ataque à soberania nacional com a venda e entrega de nossas riquezas e potencialidades, a diminuição do papel do Estado e os cortes intensos dos recursos nas áreas sociais.
- Ou seja, vivemos um período de retomada de um projeto no Brasil que põe de volta como prioridade máxima os interesses do capital, do mercado financeiro e do imperialismo, aumentando as taxas de lucro dos poderosos e massacrando os trabalhadores, a juventude, as mulheres, o povo negro, indígenas, quilombolas e a população LGBT.
- Um aprofundamento das desigualdades, da pobreza e das mazelas sociais é o que caracterizam os períodos neoliberais no Brasil e no mundo, prejudicando mais radicalmente a vida daqueles e daquelas que vivem os graus de opressão mais altos do capitalismo. A juventude trabalhadora, nesse sentido, corre um sério risco. Um risco dos seus próprios presente e futuro.
- Além disso, o momento também combina toda a destruição com a perseguição e criminalização intensas das esquerdas e dos setores que lutam historicamente por uma nova sociedade e País, mais justo, igual e soberano. Nós, juventudes organizadas, estamos em constante ameaça e nossas lideranças estão sendo perseguidas e, até mesmo, assassinadas. Marielle Franco é um exemplo do constante perigo para a vida dos que lutam por um mundo mais justo, principalmente quando se é negro/a, periférico/a, mulher e LGBT.
- A prisão arbitrária, ilegal e sem provas do Ex-Presidente Lula é a representação máxima do esforço dos poderosos e das elites para impedir qualquer possibilidade de reconstrução de um projeto alternativo e que retome o desenvolvimento, emprego, renda e oportunidades no Brasil.
- A luta pela liberdade de Lula se torna, assim, uma tarefa consenso para as esquerdas brasileiras por entender a dimensão desse processo ilegal para todo o conjunto de lutadores e lutadoras brasileiras. É nítido que a questão é romper com o direito constitucional de Lula de ser candidato à Presidência da República em 2018. A juventude trabalhadora jamais deixaria essa luta de lado, porque o que esta em jogo são nossas vidas.
- Esse cenário nacional é refletido com muita sintonia nos Estados do Brasil e aqui no Tocantins não é diferente. Ainda vivemos um estado profundamente marcado pelas injustiças sociais, pelo coronelismo e pela velha cultura política, que se aprofundam agora com o alinhamento à agenda neoliberal colocada no Brasil de arrocho nos direitos dos trabalhadores, cortes de investimentos e entrega das riquezas nacionais. Somos um estado com um dos maiores índices de violência contra a mulher e de estupros. Um dos estados com uma das piores políticas de segurança pública que afeta e mata a juventude negra. Um dos estados que mais encarceram no Brasil e que, por outro lado, tem péssimos índices de qualidade social na educação. Um estado, assim, com muitas deficiências crônicas e estruturais que impedem uma vida digna à classe trabalhadora e à juventude.
- A conjuntura recente do Tocantins nos mostrou que a juventude trabalhadora e de esquerda tem muita luta e resistência para construir. Vivemos recentemente um governo incapaz e afundado em corrupção, que se alinhava radicalmente aos ditames de Temer do conluio golpista. Um governo que, inclusive, fez declarações favoráveis ao golpe de Estado. Além disso, a nossa bancada federal foi quase unânime na defesa desse processo fraudulento.
- Tudo isso nos prova uma necessidade fundamental da unidade das juventudes organizadas e de esquerda que constroem luta e resistência no estado do Tocantins. Temos muito que fazer para defender a democracia, os direitos do povo e para construir um novo Tocantins possível, mais justo, igual e digno.
- Por isso, para esse desafio que temos é necessário primeiramente uma ampla campanha das juventudes de esquerda nessas eleições que combatam radicalmente os setores golpistas, os/as candidatas que defenderam e defendem o golpe. Construir uma nova correlação de forças no legislativo tanto do Tocantins quanto do Congresso Nacional é fundamental para o enfrentamento ao neoliberalismo. O programa mínimo para uma juventude de esquerda do Tocantins nas eleições de 2018 é o compromisso com a luta pela revogação de todas as medidas e reformas neoliberais e antipovo do governo ilegítimo de Temer – Emenda Constitucional 95, Reforma Trabalhista, Lei da Terceirização, revogação da lei do petróleo e da reforma do ensino médio.
- Ainda, para garantia de um Estado melhor, para nós é necessário um profundo compromisso com a efetivação de investimentos na Educação, garantindo a luta por uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada. Não aceitamos a implantação da reforma do ensino médio nas escolas Tocantinenses e muito menos toleraremos a desvalorização dos profissionais da educação.
- Uma nova política de segurança pública no Tocantins é mais do que urgente para nós. Absorver e aprofundar o debate da desmilitarização da polícia militar é essencial para que a juventude negra, maioria da parcela da juventude tocantinense, possa viver. A juventude precisa estar viva, com oportunidades e condições para garantir um futuro e um presente melhor para o Estado. Não aceitamos mais que nosso estado seja um dos que mais encarcera no Brasil.
- Queremos que a periferia tenha liberdade para construir suas manifestações culturais e políticas, sem qualquer tipo de criminalização e com a garantia de espaços democráticos de cultura e lazer com boas estruturas para a juventude periférica. Queremos ter o direito de viver a cidade, transitando por elas livremente!
- Precisamos intensificar a luta contra o obscurantismo ainda enraizado pela essência coronelista e patriarcal do Tocantins. Queremos um estado em que mulheres tenham condições de viver sem medo da violência machista, com alternativas para sair do cerco dessa violência. Queremos um Estado em que as LGBTs possam expressar livremente seu amor e suas identidades. Queremos um estado livre das opressões, e políticas públicas são fundamentais para isso.
- Além de tudo isso, temos um papel central na defesa de uma nova política econômica no Tocantins, que inverta o cenário de prioridades, que garanta o seu papel no desenvolvimento e aquecimento da economia, gerando renda, emprego e oportunidade com políticas sociais. A juventude do campo não quer mais correr risco pela política exacerbada do agronegócio, inconsequente na utilização de agrotóxicos, na propagação de conflitos de terra e na destruição da natureza. A juventude quer um Estado que desenvolva a agricultura familiar, a economia solidária e a agroecologia.
- Queremos, enfim, um Estado novo, justo, que combata as desigualdades, a pobreza e a violência. Queremos um Estado em que a juventude da classe trabalhadora tenha condições de garantir seu presente e seu futuro.
#LulaLivre
#LulaInocente
#MarielleVive
ASSINAM:
Juventude do Partido Dos Trabalhadores – JPT
Levante Popular da Juventude
Juventude do PSOL – JSOL
União da Juventude Socialista – UJS
Coletivo Kizomba
Coletivo Nacional da Juventude Negra – ENGRECER
Palmas, 30 de junho de 2018.
Encontro Estadual das Juventudes por Lula Livre