Foto – Raiza Milhomem
Cerca de 95% dos Municípios brasileiros já iniciaram a aplicação da dose de reforço em idosos e profissionais de saúde. Os que ainda não deram início, quase todos já estão organizados para começar essa imunização. Os dados constam da 29ª edição da pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que ouviu 1.855 gestores municipais entre os dias 18 e 21 de outubro.
A pesquisa também aponta que um em cada quatro Municípios ficou sem imunizantes nesta semana. Desses, 67,4% informaram que foi impactada a aplicação da primeira dose, sendo a Pfizer a principal vacina em falta. Destaca-se que apenas esse imunizante pode ser aplicado em adolescentes entre 12 e 17 anos no Brasil, faixa etária que está sendo vacinada em quase 100% dos Municípios. Apenas 3,8% vacinam pessoas entre 18 e 24 anos.
Já para a aplicação da segunda dose, relatada por 43,8% dos respondentes que alegaram insuficiência de imunizantes, a vacina Astrazeneca foi a que mais faltou nos postos de saúde, sendo apontada por 91,3% dos gestores que responderam essa questão.
Passaporte da vacina e eventos
Pelo menos 249 prefeituras (13,4%) já editaram decreto para exigir o chamado passaporte da vacina para frequentar lugares coletivos públicos. Nesta semana, a CNM também perguntou se os eventos públicos e privados já estão liberados: 73,3% afirmaram que sim e 23,2% que ainda não. Dos que já liberaram a realização de eventos, as celebrações religiosas estão entre as que mais foram permitidas (92,5%); seguido de eventos culturais e shows comerciais (75,6%); eventos ligados à rede de educação (66,6%); feiras comerciais (66,4%); e jogos esportivos com plateia (64,7%).
Para esses eventos, 89,7% dos Municípios afirmaram que realizam fiscalização quanto às medidas de prevenção contra a Covid-19. Segundo os gestores, as medidas que vêm sendo adotadas são: redução da capacidade de lotação do local (93,4%); limite de horário (56,4%); obrigatoriedade de vacinação completa (38,8%); e apresentação de teste de Covid-19 negativo (23,1%). Segundo 96,2% dos gestores, o Município segue os protocolos estaduais em relação à liberação de eventos e 76,7% utilizam protocolos locais em complementação aos estaduais.
Quase a totalidade dos Municípios mantém a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes coletivos privados (98,2%) e públicos (97,4%). Pelo menos 61% dos Municípios devem manter a exigência mesmo com a vacinação de toda a população local. Já 34,9% informaram que a questão ainda está em definição e apenas 2,8% apontaram que não devem manter a obrigatoriedade. Medidas restritivas de circulação de pessoas e atividades econômicas ainda vêm sendo adotadas por 39,2% dos Municípios, menor percentual já apresentado na pesquisa.
Novos casos e óbitos
Uma notícia boa foi apontada na pesquisa desta semana: 1.429 Municípios, ou 77% dos respondentes, não registraram óbitos pela doença. Apenas 5,1% registraram aumento; 9% estabilidade e 7,4% queda. Em relação aos novos casos, 539 (29,1%) não tiveram registros de Covid-19 nesta semana. Em 27,2% houve estabilidade nos números, em 23,9% diminuição; e 18,7% aumento. Sobre a variante Delta, 17,9% dos gestores alegaram que já houve registro da cepa no Município e 78,2% afirmaram que não.
O número de internações pela doença também mostra um cenário positivo: 1.160 (62,5%) não registraram pacientes pela doença. Outros 14,9% apresentaram queda; 13,8% estabilidade; e 6,6% aumento. Diante desse contexto, 31,2% dos Municípios respondentes fecharam leitos de UTI destinados ao tratamento da doença nos últimos 60 dias. Já 52,9% afirmaram que não houve fechamentos.
Retorno às aulas presenciais
As aulas presenciais já retornaram em 87,5% dos Municípios. Dentre os demais, 5,6% afirmaram que têm data definida e 4,7% que não haverá aulas presenciais neste ano. O formato híbrido está sendo adotado por 62,6% dos Municípios. Já 36% afirmaram que as escolas municipais estão com aulas 100% presenciais em todas as etapas de ensino.
A Confederação perguntou aos gestores como está sendo realizada a distribuição da merenda escolar no Município. De acordo com 38,3% dos gestores, a merenda continua sendo entregue aos alunos no ensino remoto; e 66,7% apontaram que está sendo oferecida nas escolas. Em algumas cidades, nas quais há o ensino híbrido, ocorrem as duas formas de distribuição da merenda.