Rebatendo o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sobre o recuo no contingenciamento no orçamento do Ministério da Educação, o líder do PSL, Delegado Waldir (GO), defendeu na tarde desta quarta-feira (15), que o ministro seja o próximo convocado à Câmara para prestar esclarecimentos sobre as contradições no caso.
Desde ontem há impasses sobre a questão, após o deputado e outros líderes terem se reunido com o presidente Jair Bolsonaro e afirmado que ele ordenou ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, a suspensão no contingenciamento. A informação foi negada pela Casa Civil e o MEC. Esta tarde, porém, Weintraub confirmou ter recebido a ligação do presidente.
“O presidente disse isso, eu não estou ficando louco. Pergunte aos outros líderes. Agora, quem está mentindo? O presidente? Pergunte aos ministros”, afirmou o Delegado Waldir, que completou em seguida, durante a fala de Weintraub: “O próximo a ser convocado deveria ser o Onyx para explicar essas contradições”.
Onyx, responsável pela articulação política do governo, afirmou em coletiva à imprensa nesta tarde, que os líderes que participaram de uma reunião com Bolsonaro e informaram sobre as ordens dele de cancelar os cortes no orçamento da educação “querem luz”. “Alguém, ou por que tinha interesse político ou porque queria um pouquinho mais de luz que os senhores [imprensa] podem dar. Entenderam algo que era completamente desconectado do que era dito. Como lhes serviam politicamente, sustentam essa afirmação”, disse o ministro.
O PSL é o partido do presidente Jair Bolsonaro e foi o responsável por expor o tamanho da derrota sofrida ontem na convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Apesar disso, a legenda não tem contribuído com o governo em muitas pautas no Congresso. “Eu não sou líder do governo. Sou líder do PSL. O governo que se acerte com seus líderes. Eu me organizo com o que a maioria da minha bancada deseja”, disse Waldir.
Ontem, após o governo já ter sofrido mais uma derrota com a aprovação da convocação de Weintraub, o deputado Filipe Barros (PR) solicitou uma verificação de votos que expôs a fragilidade da base governista: 307 a 82.
Os cortes no orçamento motivaram manifestações em todos os estados e no Distrito Federal. Em Brasília, conforme informações da Polícia Militar, ao menos seis mil pessoas caminharam pela Esplanada dos Ministérios em protesto. Elas foram impedidas de permanecer no gramado em frente ao Congresso Nacional.
As grades que costumam ser colocadas em torno do prédio, para impedir qualquer tentativa de invasão, não foram postas dessa vez. Segundo a Polícia Legislativa da Câmara e do Senado, não houve qualquer intercorrência enquanto o protesto esteve nas proximidades das Casas.