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Líderes indígenas denunciam irregularidades em escolas indígenas nas terras Xerente; Seduc avalia situação e tomará providências

Lideranças de cinco aldeias Xerente foram ao MPTO – Foto – Shara Alves de Oliveira/MPTO

Lideranças indígenas de cinco aldeias Xerente procuraram o Ministério Público do Tocantins (MPTO) nesta terça-feira, 5, para denunciar irregularidades constatadas nas escolas indígenas da rede estadual de ensino localizadas nas aldeias Brupe e Traíra, no município de Tocantínia.

 

Entre as reclamações estão insuficiência de salas de aula, infraestrutura predial inadequada, profissionais da educação trabalhando sem contrato e descumprimento da recomendação expedida pelo MPTO que visa sanar o problema da alimentação escolar.

 

Aldeia Brupe

 

Conforme relato do cacique Elias Xerente, da aldeia Brupe, a Escola Estadual Indígena Krãsâpte necessita de ampliação, pois conta somente com duas salas de aula para 110 estudantes de aldeias da região, que são distribuídos em três turnos.

 

O cacique informou que os profissionais da educação estão trabalhando de forma voluntária desde o início das aulas, 5 de fevereiro, e que a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) ainda não firmou contrato com os trabalhadores.

 

Além disso, ele afirma que a Seduc não cumpriu a recomendação expedida pelo MPTO nem enviou nutricionista para elaborar cardápio alimentar, bem como deixou de realizar a expansão da cantina e do depósito para acondicionamento dos alimentos e de providenciar os armários e os eletrodomésticos necessários.

 

Aldeia Traíra

 

A cacique da aldeia Traíra, Elza Nãmnãdi Xerente, relatou  que a Escola Estadual Indígena Karêhu é composta somente por uma sala de aula e que não possui depósito nem cantina. Dessa forma, os utensílios de cozinha e alimentos ficam dentro da sala de aula, junto com os estudantes e professores.

E também que a escola não tem energia elétrica desde a construção, mesmo havendo postes de eletricidade bem próximos do local.

 

A Escola Estadual Indígena Karêhu tem 10 alunos matriculados no ensino fundamental e 20 crianças na educação infantil.

 

Providências 

 

O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da Promotoria Regional da Educação, está acompanhando o cumprimento da primeira recomendação relativa à adequação da alimentação escolar.

 

E com base nas novas evidências, notificará a Seduc para se manifestar no prazo de 10 dias. Caso não apresente calendário com programação de resolução dos problemas averiguados pelo MPTO, medidas judiciais poderão ser tomadas.

O que diz a Seduc

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que irá realizar a visita técnica acordada com o Ministério Público do Tocantins em reunião realizada nessa terça-feira, 5, para avaliar de forma abrangente as condições das Escolas Estaduais Indígenas Krãsâpte e Karêhu e tomar as devidas providências a partir das conclusões dessa avaliação.

Fonte – Ascom MPTO

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