Nesta quinta-feira, 8, os lixo hospitalares encontrados após uma denúncia começaram a ser retirados. Mais de 180 toneladas de resíduos estavam depositadas em um galpão agroindustrial de Araguaína, no norte do Tocantins.
Os fiscais do meio ambiente e a Defesa Civil municipal interditaram o depósito clandestino depois que encontraram seringas, ampolas de remédio e curativos.
“Há um potencial risco de contaminação pela quantidade de materiais diversos que se encontram nesse local”, explicou o engenheiro João Guilherme Almeida.
A suspeita da Polícia Civil é de que todo o lixo seja do Hospital Regional de Araguaína, mantido pelo governo do estado. “Há essa suspeita né. O histórico que o hospital regional apresenta e devido a própria natureza do material que foi encontrado aqui”, explicou o delegado Romeu Fernandes.
O acumulo de lixo na unidade é recorrente. No começo do ano, foram flagradas montanhas de sacos que chegavam ao telhado da unidade. Agora, os investigadores querem comprovar a suspeita e saber porque o lixo não foi levado para um local apropriado. O Ministério Público também acompanha o caso.
No galpão deveria funcionar uma fábrica de farinha, mas o local está oficialmente desativado há pelo menos dez anos. De acordo com a polícia, um dos donos do local é o deputado estadual Olyntho Neto, (PSDB). Duas empresas estão registradas no endereço e ambas estão no nome do parlamentar.
O material será levado para o aterro sanitário onde será tratado, mas esse serviço deve demorar. A empresa responsável afirmou que vai demorar até vinte dias para retirar todo o lixo.
“Essas pessoas vão responder por crime ambiental. Com pena de um ano e cinco meses de prisão […] Nós já instauramos inquérito policial até pra saber sobretudo se os sócios proprietários tinham conhecimento dessa situação”, disse o delegado.
Outro lado
A Secretaria de Saúde do Tocantins disse que uma empresa terceirizada é responsável pelo recolhimento e pela destinação do lixo dos hospitais públicos do estado. Diante das irregularidades, prometeu cobrar providências.
O parlamentar afirmou não ter qualquer relação com o imóvel. Disse ainda que já foi funcionário da empresa, há mais de 10 anos, quando ainda cursava faculdade. O vínculo com a mesma, segundo ele, encerrou-se quando decidiu entrar para a vida pública em Araguaína no ano de 2008.