Ícone do site Gazeta do Cerrado

Mães de bebês internados em UTI Neonatal em Palmas dão exemplo de força e dedicação

(Divulgação)

A UTI Neonatal é algo que muitos pais só descobrem que existe quando o filho é internado. Esperança, força e determinação são os sentimentos que movem as mães cujos filhos ainda não puderam deixar a maternidade. Com o apoio de familiares, outros pais que conhecem na própria UTI e da equipe médica, as mães enfrentam jornadas de mais de 10 horas dentro dos hospitais para acompanhar seu bebês. Na UTI Neonatal do Hospital e Maternidade Dona Regina, em Palmas, atualmente 20 mães acompanham seus bebês internados nos leitos geridos pela Intensicare, que garante todo o cuidado necessário, realizado por equipes de pediatras neonatologistas, enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais.

“A presença da mãe dentro da Unidade acompanhando o seu filho é indiscutivelmente essencial e extremamente benéfica. O método canguru, adotado no Dona Regina, diz que o contato pele a pele com a mãe é uma das melhores alternativas para o bebê. Ali a criança sente o calor da mãe, desenvolve a questão do peso, da sensibilidade, sente o cheiro do leite da mãe, a presença dela, o amor, o acolhimento, e isso é muito importante. O toque e a conversa ajudam no desenvolvimento do bebezinho e ajuda também a mãe. Mesmo que ela esteja vendo seu filho na incubadora, se ela estiver ao lado dele todos os dias, o vínculo entre eles se reforça cada vez mais. Estando ao lado de seus bebês elas se fortalecem e fazem os bebês se sentirem amados, tranquilos e protegidos”, afirma Samea Gomes, assistente social da Intensicare.

Mães com bebês recém-nascidos internados em UTI Neonatal encontram-se em delicada espera aguardando a evolução da saúde dos filhos. Elas têm livre acesso à UTI, pois toda a equipe médica sabe o quão importante a presença delas é para a evolução do bebê. Para poder ver o filho é necessário vestir um avental, prender o cabelo, lavar as mãos. Ao lado de cada incubadora fica uma ou duas cadeiras, para a mãe e o pai. Na hora de pegar os bebês, higienizam-se as mãos de novo com álcool em gel. A equipe médica também segue procedimentos. A regra de ouro é: manipular o bebê o menor tempo possível.

Se o bebê for prematuro, muitas vezes é possível apenas tocá-lo com as mãos, por orifícios da incubadora. A alimentação é feita por uma sonda (chamada de nutrição parenteral), com leite da mãe, e pode ser complementada com fórmula. Conforme a criança vai crescendo, ganhando peso e melhorando, aos poucos os médicos vão liberando pequenos privilégios que, para qualquer outro pai, seria rotina, como segurar o filho no colo.

Mães guerreiras

Eudislai de Souza Nogueira é de Confresa (MT) e veio para Palmas para dar à luz a seu segundo filho, David Miguel, no último dia 22 de outubro. O parto era de risco e o bebê nasceu prematuro. “Todos os dias cedo eu tiro o leito e vou à UTI para acompanhar meu bebê. Fico um tempo, vou embora, depois volto de novo, e assim é minha rotina. No começo eu não podia tocar nele, mas hoje já posso. Eu sei que ele sente quando sou eu que estou ali com ele. Hoje, por exemplo, ele estava zangado, irritado, aí foi só eu colocar a mão nele e fazer carinho que ele se acalma na hora”. O bebê de Eudislai está na incubadora até ganhar mais peso, ele ainda está com 1,475 kg e após os 2 kg poderá sair. “Estou muito satisfeita com o tratamento que meu filho recebe aqui, pois cada dia ele está melhor. As equipes que nos atendem aqui nos dão muita força para enfrentar cada dia e sonhar com o dia de chegar em casa, onde minha filha está ansiosa esperando o irmãozinho”, revela a mãe.

O cantinho do bebê prematuro é a incubadora. A temperatura ali dentro varia de acordo com o peso de cada criança, mas está próxima dos 36,5º. Aparelhos para oxigenação e para medir a frequência cardíaca são habituais. Toda essa rotina da UTI fez parte dos últimos meses de Ranielli Alves Batista, moradora de Talismã. Sua bebê, Helena, nasceu com 810 gramas e ficou 76 dias internada na UTI Neonatal do Dona Regina. “O que posso dizer é que passar todo esse tempo dentro da UTI é uma experiência única, porque ser mãe de prematuro não é fácil, mas aqui o tratamento é muito bom, de primeiro mundo. Toda a equipe da Instensicare que atua na UTI cuidou muito bem de mim e da minha filha, desde os técnicos até os médicos, todos foram incríveis conosco”, conta.

Ranielli revela ainda que todos os dias entrava às 6h30 na UTI e saia às 19h. “Eu conversava com ela todo o tempo. No começou eu não podia pegá-la, pois ela nasceu prematura, mas eu tocava nela, e logo ela foi reagindo bem, melhorando, aí eu comecei a poder dar colo a ela. Há pouco tempo eu peguei a minha filha pela primeira vez e foi uma experiência tão maravilhosa! Eu sinto que o fato de eu estar ali todos os dias ajudou o meu bebê a melhorar mais e mais a cada dia, porque a força da mãe, a presença, é essencial. O conselho que eu dou para as mães que tiverem que passar pelo que passei é: paciência e fé, que tudo dá certo. Hoje minha filha pesa 2,044 kg e nesta segunda-feira eu levarei ela para casa. Eu já estou planejando o aniversário da minha filha, pois o que passamos foi uma grande vitória e nós temos muito a comemorar”.

Conforme a assistente social da Intensicare, o primeiro passo após o bebê dar entrada na UTI é realizar o acolhimento dos pais e familiares da criança. “Assim que o bebê entra na UTI a mãe fica muito fragilizada. A gravidade do estado de saúde da criança assusta a mãe, então quando o bebê entra nós procuramos a mãe, os familiares, para conversar um pouco com eles sobre esse universo da UTI, que às vezes choca à primeira vista, por não ser algo que faz parte do dia a dia das pessoas. Procuramos saber como a família está enfrentando aquele momento difícil, se moram em Palmas, então fazemos esse trabalho de acolhimento”, explica Samea Gomes.

A assistente social conta sobre a satisfação e o reconhecimento dos pais pelo trabalho desenvolvido por toda a equipe da UTI. “A chegada para essas mães na UTI é impactante e quando um bebê é prematuro nós explicamos que aquela não será uma internação rápida, pois muitas vezes são bebês de 26, 28 semanas. Mas a felicidade dessas mães quando seu bebê deixa a UTI é gigantesca. Ao mesmo tempo elas choram de alegria, por seu bebê estar bem e em condições de ir para casa, mas elas também choram porque estão deixando aquela equipe que esteve ao lado delas por tanto tempo. São muitos os pais que já nos abraçaram e choraram, dizendo que nós da Intensicare somos como uma segunda família para eles. E esse agradecimento que todos tem pela equipe é muito gratificante. Cada vez que eles retornam ao hospital para um novo acompanhamento eles fazem questão de voltar aqui na porta da UTI para nos ver, fazer foto, mostrar que o bebê está bem e isso é o melhor de todos o nosso trabalho”, finaliza Samea Gomes.

(Divulgação)

Sair da versão mobile